Quando o assunto é construção civil, não é novidade para ninguém que existem muitos temas que geram dúvidas durante uma obra. Como cada etapa da construção tem potencial para impactar o sucesso do projeto, é essencial se atentar a todos os detalhes para garantir uma obra impecável.
Neste contexto, a concretagem é uma das principais fases de uma obra, afinal, qualquer erro em seu planejamento ou na execução pode atrasar o projeto e criar um grande problema para toda a obra. Sendo assim, é muito importante entender qual é a melhor forma de realizá-la e conhecer os erros que devem ser evitados no processo.
Ao longo deste conteúdo, explicamos melhor o que é concretagem, as principais etapas, erros que devem ser evitados e muito mais. Quer uma obra de sucesso? Então, continue a leitura e acompanhe as nossas dicas!
O que é concretagem?
Antes de mais nada, vamos entender melhor esse conceito: a concretagem é a última etapa da construção de elementos estruturais em uma obra. Basicamente, este processo consiste no lançamento do concreto sobre a estrutura da construção até a sua secagem.
Vale destacar que, durante a concretagem, a presença de um engenheiro é essencial para as etapas de lançamento, adensamento e cura do concreto. Apenas profissionais especializados e com conhecimento técnico nesta área podem definir o que fazer e o que não fazer durante a concretagem.
Lembre-se que um erro durante a execução pode provocar uma série de graves problemas no futuro, como fissuras, trincas e até mesmo patologias que podem causar desabamento de toda estrutura. Além disso, o retrabalho também é um dos piores “vilões” de uma obra, uma vez que representa perda de tempo e dinheiro.
Portanto, muita atenção na hora da concretagem! Abaixo, preparamos um guia para te orientar neste processo, mas não se esqueça: o nosso material é apenas uma orientação para nortear esse serviço, ou seja, ele não substitui o suporte de um profissional especializado.
Materiais e equipamentos necessários
Para começar, confira uma lista de materiais e equipamentos necessários para uma concretagem bem feita:
- Concreto;
- Régua de alumínio ou nível a laser;
- Pá e enxada;
- Balde, girica ou carrinho de mão (desnecessário caso a concretagem seja realizada com bombeamento);
- Vibrador de imersão;
- Régua vibratória e metálica;
- EPI’s (Seguindo orientação do Engenheiro ou Técnico em Segurança do Trabalho);
- Moldes para corpos de prova;
- Equipamentos para slump test (teste feito para medir a consistência do concreto e checar a sua trabalhabilidade);
- Telas e outros equipamentos para proteção de canteiro de obra.
Quais são as etapas da concretagem?
Agora chegou a hora mais esperada e que merece total atenção: as etapas da concretagem. Elas necessitam de um planejamento que considere os diversos fatores que interferem na produção, visando assim, um melhor aproveitamento de recursos.
Confira abaixo quais são as etapas da concretagem:
1. Transporte
A etapa do transporte é primordial para a concretagem, uma vez que influencia diretamente nas definições das características do material e na produtividade do trabalho. Explicando melhor: o sistema de transporte precisa possibilitar o lançamento direto nas fôrmas, para assim, evitar depósitos intermediários ou transferência de equipamentos.
Já sobre o transporte propriamente dito e o equipamento/máquina indicado para a concretagem, ele deve levar em consideração os seguintes pontos:
- O volume a ser concretado (ferragem armada com concreto);
- A velocidade de aplicação;
- A distância – horizontal e vertical – entre o recebimento e a utilização;
- O arranjo físico do canteiro.
2. Lançamento
Geralmente, o lançamento é feito pelo próprio equipamento de transporte. Porém, vale ressaltar alguns cuidados durante esta etapa:
- O concreto preparado na obra deve ser lançado logo após o amassamento, não sendo permitido intervalo superior a 1 hora após o preparo;
- O tamanho máximo dos agregados, no concreto bombeado, não pode ser superior a 1/3 do diâmetro do tubo no caso de brita ou 2/5 no caso de seixo rolado;
- O lançamento nunca pode ser feito após o início da pega;
- A altura de queda livre do concreto não pode ser superior a 2 m, uma vez que pode ocorrer a segregação dos componentes.
3. Adensamento
Essencial na concretagem, a fase de adensamento visa retirar os vazios do concreto, diminuindo assim, a sua porosidade e aumentando a resistência do elemento estrutural. Ela ainda tem a função de acomodar o concreto na fôrma, para deixar as superfícies aparentes com textura lisa e plana..
É possível realizar o adensamento manualmente, com o auxílio de barras de aço ou de madeira; ou mecanicamente, com o suporte de um equipamento específico, como o vibrador de imersão.
Durante o adensamento é importante seguir estes cuidados:
- Evitar a vibração da armadura, para que não se formem vazios ao seu redor, comprometendo a aderência da armadura ao concreto;
- Manter uma distância de aproximadamente 10 cm da fôrma, para não forçar as paredes laterais;
- Dar preferência para a vibração por períodos curtos em pontos próximos do que por muito tempo em pontos mais distantes;
- Interromper o processo quando a superfície se tornar lisa e brilhante e quando não aparecer mais bolhas de ar na superfície.
4. Nivelamento
Também chamado de sarrafeamento, o nivelamento é uma etapa específica para lajes e vigas. Para realizá-lo, é indicado que a fôrma da laje esteja devidamente nivelada, pois isso facilita o posicionamento correto das mestras.
Em tempo: caso não saiba, na construção civil, o termo mestra refere-se à marcação feita com argamassa e taliscas nas paredes que serão rebocadas para servir como guia para a régua de corte e niveladora. Elas são fundamentais, pois delimitam e garantem a uniformidade da espessura do reboco e a planicidade da parede.
Para um maior controle no nivelamento das lajes, também pode-se empregar taliscas e mestras metálicas. É importante dizer que no caso dos pilares, não é feito o nivelamento, mas sim uma conferência do prumo, pois durante a concretagem as fôrmas podem sair do ajuste inicial.
5. Acabamento superficial
Outra etapa mais utilizada em lajes é o acabamento superficial. Aqui, a ideia é proporcionar à laje uma textura, que pode variar de acordo com o padrão desejado para a sua obra. Alguns exemplos:
- Convencionais: quando não são realizados controles do nivelamento e da rugosidade superficial;
- Niveladas: possui controle do nivelamento, assim, o contrapiso é aplicado com a espessura especificada no projeto;
- Acabadas: popularmente conhecida como laje zero, neste caso temos um substrato com rugosidade superficial, bem como controle de planicidade e nivelamento sem a camada de contrapiso.
6. Cura
Por último, temos uma etapa primordial para uma boa concretagem: a cura. Em resumo, a cura representa um conjunto de medidas que tem como objetivo evitar a evaporação prematura da água necessária para a hidratação do cimento.
Ou seja, a cura consiste em realizar o controle do tempo, temperatura e condições de umidade após o lançamento do concreto nas fôrmas. Esse processo é peça-chave para garantir a resistência desejada na estrutura, uma vez que evita a ocorrência de fissuração plástica do concreto e impede a perda precoce da umidade.
Para tal, a cura deve ser iniciada assim que a superfície tenha resistência à ação da água e o concreto deve estar saturado com água até que os espaços ocupados por ela sejam inteirados pelos produtos resultantes da hidratação do cimento.
Para evitar o trânsito de pessoas, animais e outras interferências físicas, utilize uma tela ou outros produtos para proteção do canteiro de obras.
Informação importante: sem dúvidas, o melhor agente de cura é a água potável. No entanto, quando não for possível usá-la, uma alternativa é utilizar películas, produtos obtidos por soluções ou emulsões aquosas de resinas e parafinas que se depositam durante certo prazo sobre a superfície do concreto, impedindo a dessecação prematura.
5 erros que devem ser evitados na concretagem
Agora que já explicamos as principais etapas da concretagem, vamos finalizar o conteúdo listando 5 erros comuns que devem ser evitados no procedimento de concretização:
1. Traço incorreto
Basicamente, o traço de concreto é a proporção que o material tem de agregado graúdo, miúdo, cimento e água. Essa proporção varia de acordo com o tipo de concreto e o elemento a ser construído, portanto, a concretagem de um piso e de um pilar, por exemplo, não podem ser a mesma.
Então, para não errar na hora da reforma, confira nosso guia sobre os principais tipos de traços!
2. Cura inadequada
Como vimos anteriormente, a cura é uma etapa fundamental para a concretagem, pois é aqui que o concreto se torna sólido. Embora possa apresentar características diferentes entre si, toda cura costuma demorar o mesmo tempo: 28 dias.
Dessa forma, durante essa etapa, todos os cuidados devem ser tomados para que temperatura e umidade se mantenham adequados para o processo.
3. Muita ou pouco água
A água é um componente imprescindível para a formação de concreto, seja na mistura do traço ou na cura. Porém, o uso exagerado ou escasso pode comprometer a sua concretagem. Por isso, a proporção no uso da água deve ser adequada à natureza do elemento, traço e tipo de concreto.
4. Desatenção quanto ao solo próximo à obra
Como o concreto deve ser livre de matéria orgânica e resíduos, é importante que o canteiro de obras seja limpo frequentemente, afinal, ele tende a ficar próximo de áreas com mato e terra. Além disso, as estruturas a serem concretadas devem ser protegidas.
5. Problemas com mão de obra ou fornecedores
Aqui não tem segredo: quanto mais complexa for a concretagem, mais exigida será a mão de obra responsável pelo serviço. Então, para evitar erros no processo, escolher um bom profissional faz toda a diferença.
Seguindo a mesma linha de raciocínio, selecionar bons fornecedores de materiais de construção também é essencial para garantir os melhores produtos e equipamentos para a obra.
Conclusão
No decorrer deste artigo, explicamos o que é a concretagem e por que ela é tão importante para as demandas de construção civil. Neste conteúdo, vimos os diversos aspectos envolvidos no processo, desde a escolha dos materiais até a execução e cuidados necessários para assegurar a qualidade final da obra.
Como vimos, a concretagem exige um planejamento cuidadoso, conhecimento técnico e a aplicação de boas práticas para assegurar resistência, durabilidade e estabilidade da estrutura. Além disso, a evolução tecnológica tem introduzido novos métodos e materiais, proporcionando avanços significativos na eficiência e sustentabilidade desse processo.
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