Biodigestor: o que é, aplicações e vantagens

Biodigestor

Sinônimo de praticidade e sustentabilidade, o biodigestor é uma solução usada para tratamento de esgoto doméstico.

A água utilizada em casas para atividades rotineiras, como lavar louça, tomar banho e dar descarga, juntamente com os resíduos eliminados pelo ralo, são chamados de esgoto doméstico.

Naturalmente, esses resíduos devem ser tratados antes de serem lançados à natureza, impactando diretamente na saúde das pessoas e do meio ambiente.

Diante desse contexto, o biodigestor surge como uma alternativa extremamente eficiente para o tratamento do esgoto residencial.

Vale destacar que essa miniestação não polui o meio ambiente, cuida da higiene, da saúde e ainda por cima é econômico, sendo perfeito para o tratamento de efluentes sanitários nos lares, chácaras, sítios, fazendas e escritórios.

Está pensando em investir no biodigestor e não sabe como ele funciona? Não se preocupe, pois neste artigo preparamos um guia completo sobre essa miniestação!

O que é biodigestor e para que serve

O biodigestor é um equipamento usado para otimizar o processo de decomposição da matéria orgânica, como resíduos agrícolas, resíduos de alimentos, tratamento de efluentes, esterco animal e outros, por meio da ausência do oxigênio.

Chamado de biodigestão anaeróbia, esse processo traz uma série de benefícios, como reaproveitamento do resíduo orgânico, produção de fertilizantes e biogás (uma mistura de gás metano com gás carbônico).

O processo de biodigestão ganhou ainda mais relevância após a aprovação da Política Nacional de Resíduos, pois antigamente, os resíduos orgânicos eram destinados de forma indiscriminada e incorreta.

Sem dúvidas, o biodigestor mostra-se como uma das melhores formas para o tratamento de resíduos orgânicos. Além disso, é uma solução valiosa para fugir de penalidades referentes ao descarte incorreto dos resíduos.

No entanto, vale a pena frisar que o uso do biodigestor tem alguns pontos de atenção, como o custo de investimento inicial mais elevado e a manutenção e variabilidade na produção de biogás.

De qualquer forma, se você deseja investir nessa solução para o seu imóvel, abaixo explicamos melhor outras questões relevantes sobre o biodigestor.

Como funciona o biodigestor

Como destacamos anteriormente, o biodigestor é um sistema usado para tratar matéria orgânica por meio da decomposição anaeróbia, produzindo biofertilizante e gerando um biogás de alto poder calorífero como subproduto.

Esse biogás pode ser coletado e reaproveitado como gás de cozinha. Com o auxílio de um sistema de conversão, ele também pode ser transformado em energia elétrica.

Em geral, o biodigestor deve ser composto por duas divisórias integradas: um biodigestor tubular e uma lagoa de biofertilizante.

Os resíduos são depositados no biodigestor tubular, onde fica por um período determinado para que as bactérias anaeróbicas fermentem o material e liberem o biogás.

Na sequência, esse líquido fermentado passa para a lagoa de biofertilizante, onde o produto pode ser coletado e usado na lavoura, ou até mesmo ser bombeado até o local de descarte, caso você não tenha a intenção de reutilizá-lo.

É primordial que a fermentação dos dejetos ocorra antes que os resíduos sejam despejados no solo e rios, pois ela elimina os micro-organismos patógenos e simplifica as moléculas dos resíduos, permitindo assim, que elas possam ser absorvidas pelas plantas sem colocar em risco o meio ambiente e a saúde pública.

Importante reforçar que dejetos animais e humanos podem ser colocados no biodigestor, da mesma forma que resíduos agrícolas. Aliás, em geral, os resíduos animais aumentam a capacidade de geração de biogás.

Produtos gerados

Agora que entendemos melhor o que é o biodigestor e como ele funciona, vamos explicar os produtos gerados na biodigestão: o biogás e o biofertilizante.

Biogás

Composto gasoso formado por dióxido de carbono e metano, o biogás é um fonte de energia renovável e que pode ser utilizado para geração de energia elétrica e de energia térmica.

Biofertilizante

Já o biofertilizante é uma biomassa sob forma líquida, rica em húmus e nutrientes, sendo um excelente adubo natural que melhora a qualidade e produtividade do solo.

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Tipos de biodigestores

Os biodigestores são classificados a partir de variados fatores.

A primeira classificação diz respeito à frequência de carga, ou seja, os intervalos em que o sistema funciona. Nesse critério, temos dois tipos de biodigestores: batelada e contínuo.

Os digestores batelada são não-contínuos, em outras palavras, eles operam em períodos específicos. Dessa forma, a recarga acontece de uma só a cada ciclo.

Por serem compostos apenas pela estrutura em si da câmara de biodigestão e pelo medidor de gás, eles são considerados um sistema mais simples e de fácil manutenção.

Contudo, por não ter uma alimentação contínua, ele é indicado para locais onde há uma periodicidade na produção de biomassa, como granjas de aves de corte – onde o esterco é retirado apenas quando ocorre a limpeza.

Em contrapartida, o biodigestor contínuo é alimentado sucessivamente por meio de dutos de alimentação. Aqui, o biogás é retirado por meio da tubulação em cima, e o biofertilizante, por sua vez, é removido através dos canos de saída.

Vale frisar que nesse sistema, o material precisa ser de fácil decomposição. Portanto, recomenda-se triturar (quando possível) e diluir esse substrato. Dessa forma, impede-se o entupimento na tubulação do biodigestor.

Sobre os biodigestores contínuos, ainda há mais uma variação de modelos, sendo que os três mais utilizados são o Indiano, o Chinês e o Canadense.

biodigestor Indiano conta com uma espécie de redoma que pode ser mergulhada na biomassa ou em um selo d’água externo. Ela é responsável também pela manutenção da pressão interna do sistema.

Mais um detalhe que merece atenção é a presença de uma parede no meio com o intuito de dividir o tanque em duas câmaras. Essa disposição proporciona a movimentação do substrato por todo o biodigestor.

Inspirado no modelo Indiano, o biodigestor Chinês tem um sistema construído quase inteiramente em alvenaria e com um teto impermeável para armazenar biogás.

O diferencial desse sistema é que ele funciona com base no princípio de prensa hidráulica, o que faz a pressão nesse biodigestor mudar com o tempo, diferentemente da versão Indiana.

Nesse caso, o aumento de pressão no interior, por conta do armazenamento de biogás, faz o material se deslocar da câmara de fermentação para a caixa de saída.

Por fim, o biodigestor Canadense é o que apresenta a tecnologia mais moderna, mas conta com uma construção simples, uma vez que é quase todo construído com material plástico.

É um sistema horizontal feito por uma caixa de entrada em alvenaria pouco profunda, mas bem larga. Como consequência, o material tem uma ótima exposição ao calor do sol, aumentando a produção de biogás e reduzindo o risco de entupimento.

Qual a diferença entre fossa séptica e biodigestor?

Diferença entre fossa séptica e biodigestor

O biodigestor e fossa séptica apresentam a mesma função, porém, diferem em alguns aspectos importantes:

A fossa séptica é somente a primeira etapa do tratamento, atuando em conjunto com o filtro para conseguir uma eficiência maior. Ela necessita de sucção periódica, sendo indicada para uso em maiores demandas, como escolas, comércios, etc.

O biodigestor, por outro lado, é uma solução mais completa. De maneira simples, podemos dizer que é uma evolução do sistema fossa e filtro, afinal, é uma miniestação de tratamento de esgoto, como vimos no começo do conteúdo. Ele faz a função da dupla “fossa e filtro”, além de ser autolimpante e compacto.

Onde utilizar

De maneira geral, o biodigestor é recomendado para regiões que não possuem um serviço de saneamento básico, sendo uma boa alternativa para casas, comércios, chácaras ou qualquer outro projeto que demande um sistema para tratamento de esgoto.

Residências e comércios

Se você pretende usar um biodigestor na sua casa ou comércio, separamos algumas dicas fundamentais:

Antes de mais nada, é primordial se atentar ao local de instalação e como realizá-lo corretamente.

O equipamento deve ser instalado enterrado, utilizando uma base de assentamento e compactação em camadas. No entanto, caso seja instalado na garagem, por exemplo, levando em consideração o tráfego de pessoas ou veículos, faça uma laje de fechamento com 20 cm de distância do topo do biodigestor.

Sobre o funcionamento nessa situação, não tem muito segredo: o esgoto do local passa pela tubulação, escorre para dentro do biodigestor e é transferido para o fundo do equipamento para passar pelo processo de decomposição.

Esse processo gera 3 compostos:

  • Lodo estabilizado;
  • Biogás;
  • Esgoto tratado.

Após o processo de biodigestão, cada composto segue para uma destinação diferente. O lodo fica retido na parte inferior do equipamento, sendo conduzido pela tubulação de descarte para o leito de secagem.

Já o biogás é liberado na área externa da casa através da tubulação; enquanto o esgoto tratado é descartado pela tubulação de saída.

Como escolher um biodigestor

Como explicamos nos tópicos acima, há inúmeros modelos de biodigestores. Então, para escolher a melhor opção você deve levar em consideração qual é o volume de dejetos tratados no local, para assim, evitar a sobrecarga do sistema e qual o destino que será dado ao material.

Vantagens e desvantagens de se utilizar biodigestores

Para finalizar o artigo e te ajudar a decidir se vale ou não a pena investir nos biodigestores, separamos as principais vantagens e pontos de atenção dessa miniestação.

Vantagens:

  • Reciclagem dos resíduos orgânicos;
  • Redução da poluição ambiental;
  • Destinação correta e reaproveitamento de excrementos de animais;
  • Obtenção de gás limpo;
  • Diminuição do consumo de combustíveis fósseis;
  • Produção de fertilizantes com menor impacto ambiental;
  • Melhoria na saúde pública.

Pontos de atenção:

  • Consumo alto de água;
  • Necessidade de fonte de calor externa, uma vez que o biodigestor precisa de uma temperatura constante próxima a 35º C;
  • Acúmulo de resíduos orgânicos que podem ser prejudiciais a saúde;
  • Investimento inicial elevado.

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Conclusão

Ao longo do conteúdo, explicamos o que é o biodigestor, como ele funciona e os principais tipos disponíveis no mercado. Além disso, também mencionamos os benefícios dessa miniestação e os cuidados relacionados ao seu uso.

Se optar por montar esse sistema em seu imóvel, lembre-se de contar com o suporte de um profissional especializado para usufruir das variadas vantagens que o biodigestor oferece.

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Autores

  • Ricardo Cícero

    Com uma ampla carreira no setor de materiais de construção e varejo, se destaca como um estrategista experiente e inovador. Com mais de 20 anos de atuação, liderou diversas mudanças onde atuou. Atualmente, como Gerente de Compras e Produtos na Obramax desde abril de 2016, Ricardo tem sido peça fundamental na construção e consolidação de um novo modelo de negócios de revenda de materiais para construção.

  • Marco Lima

    Jornalista com ampla experiência em Marketing Digital com foco em conteúdo para web. Atua desde 2021 na produção de artigos para o blog da Obramax em conjunto com especialistas técnicos no segmento da Construção Civil.