Como fazer o cálculo de rampa e normas necessárias

Imagem de um cálculo de rampa

O cálculo de rampa é uma etapa crucial nos projetos de construção e engenharia, pois assegura acessibilidade, segurança e funcionalidade em diferentes tipos de espaços.

Desde residências até espaços comerciais, estacionamentos e áreas públicas, o planejamento correto da inclinação de rampa é essencial para atender às necessidades dos usuários e garantir conformidade com as normas técnicas e legais.

Neste conteúdo, abordamos os conceitos essenciais para o cálculo de rampa, incluindo como determinar a inclinação ideal, a fórmula de inclinação de rampa para dimensionamento e as normas aplicáveis, como as normas de acessibilidade (ABNT NBR 9050).

Então, se você deseja aprender como calcular inclinação de rampas seguras e funcionais, este guia é uma referência indispensável.

O que é uma rampa?

Antes de falarmos sobre como fazer cálculo de rampa, é importante compreender o que é esse elemento arquitetônico e seu papel na construção civil e na engenharia.

A rampa é uma superfície inclinada cujo piso apresenta declividade igual ou superior a 5%. Ela é projetada para vencer diferenças de nível, permitindo assim, acesso a diferentes pavimentos ou áreas de uma construção.

Esse elemento é essencial para garantir acessibilidade, especialmente para pessoas com mobilidade reduzida, como idosos, pessoas com deficiência ou usuários de cadeiras de rodas. Além disso, rampas facilitam o transporte de objetos pesados ou volumosos e possibilitam a circulação de veículos, como carros e bicicletas, dependendo do projeto.

O cálculo de rampa deve considerar fatores como o tipo de uso, as necessidades dos usuários, as especificações técnicas e os requisitos legais. Por exemplo, uma rampa para pedestres deve priorizar o conforto e a segurança, enquanto rampas para carros precisam ser dimensionadas para suportar cargas e permitir manobras adequadas.

Portanto, entender a função e as características das rampas é essencial para desenvolver projetos eficientes, seguros e inclusivos.

Ferramentas

Quais as normas para o cálculo de rampa?

A NBR 9050 é a principal norma que regulamenta a acessibilidade em edificações, mobiliários, espaços e equipamentos urbanos no Brasil.

Ou seja, ela é uma fonte indispensável de informações para projetar rampas que atendam aos critérios de acessibilidade, conforto e eficiência.

Além disso, o Corpo de Bombeiros oferece instruções técnicas relacionadas às rampas, especialmente por estas serem componentes importantes nas rotas de saída de emergência.

Naturalmente, essas exigências específicas podem variar conforme a localidade, mas aspectos como sinalização adequada, iluminação de emergência e ausência de obstáculos são requisitos comuns.

Portanto, é fundamental que os projetistas possuam um conhecimento abrangente sobre as normas e técnicas para desenvolver rampas adequadas a cada situação, atendendo tanto às exigências legais quanto às demandas práticas e sociais.

Como fazer o cálculo de rampa?

Como destacado acima, o cálculo de rampa deve ser feito de acordo com a NBR 9050 e, segundo essa norma, a fórmula usada é a seguinte:

i = h x 100/c

Onde:

  • i = representa a inclinação, que precisa ser expressa em porcentagem (%);
  • h = representa a altura do desnível;
  • c = representa o comprimento da projeção horizontal da rampa.

Já no que diz respeito à largura da rampa, o mínimo admissível é 1,20 m para novas construções. Essa medida é adotada para que as cadeiras de rodas possam passar facilmente, sem causar qualquer tipo de desconforto para cadeirantes.

Contudo, em projetos de retrofit, nem sempre é possível seguir essa medida, então, é indicado uma largura de ao menos 90 cm.

Abaixo, separamos algumas dicas importantes de como calcular inclinação de rampa em dois contextos importantes e comuns no nosso dia a dia: para pessoas com mobilidade reduzida e para garagens.

Rampa de acesso para cadeirante

Desenho técnico de uma rampa para acessibilidade

Além do cálculo de rampa mostrado acima, quando o assunto é rampa de acesso para cadeirante é importante ter outros aspectos em mente:

Por exemplo, uma rampa com inclinação muito elevada exige maior esforço físico do cadeirante, que pode não conseguir subir sozinho, tornando a rampa inviável para uso independente. Nessas situações, o usuário dependerá da ajuda de terceiros para atravessá-la, comprometendo sua autonomia e a funcionalidade da rampa.

No entanto, existem casos específicos em que a inclinação pode ser superior à ideal, como em edificações submetidas a reformas ou projetos de retrofit, onde limitações estruturais dificultam o cumprimento total das normas, conforme explicamos anteriormente.

Em condições excepcionais, inclinações superiores a 8,33% podem ser aceitas, chegando a até 12,5%, desde que devidamente justificadas e projetadas para minimizar os impactos no uso.

Por via de regra, quanto maior a altura a ser vencida, mais suave deve ser a inclinação da rampa, garantindo acessibilidade e segurança.

Vale destacar que a NBR 9050 estabelece que rampas mais longas devem incluir áreas de descanso em locais estratégicos. Para pisos com até 3% de inclinação, essas áreas devem ser planejadas a cada 50 metros de percurso, fora da área de circulação. Já para pisos com inclinações entre 3% e 5%, as áreas de descanso devem ser previstas a cada 30 metros.

O cálculo de rampas também deve levar em consideração a largura mínima exigida pelas normas da ABNT. Os patamares intermediários e finais devem ter largura mínima de 1,50m para serem acessíveis, sendo permitido um mínimo de 1,20m em situações específicas.

Além disso, no início e no final da rampa, é obrigatório prever patamares com dimensões mínimas de 1,50m, garantindo espaço suficiente para manobras e segurança dos usuários.

Outro aspecto importante é a escolha dos materiais, fundamentais para garantir a acessibilidade e a segurança.

Rampas acessíveis devem ser equipadas com pisos antiderrapantes e táteis para atender pessoas com deficiência visual, além de corrimãos duplos para oferecer apoio seguro em diferentes alturas.

Esses cuidados tornam a rampa um elemento funcional, seguro e inclusivo.

Leia também: 5 passos para fazer o cálculo de escada ideal

Rampa para carro

Imagem de uma rampa para garagem

Para determinar a inclinação de uma rampa de garagem, o cálculo segue os mesmos princípios explicados anteriormente. No entanto, é importante prestar atenção a alguns detalhes específicos para garantir funcionalidade e segurança.

A inclinação recomendada da rampa para carros é de até 25% ao longo do trecho principal. Contudo, é fundamental considerar que alguns veículos possuem menor altura do solo, o que pode causar problemas ao transitar pela rampa.

Para evitar que esses carros raspem na rampa, recomenda-se utilizar uma inclinação mais suave, de até 20%, nos primeiros e últimos 2 metros do percurso. Esse ajuste ajuda a suavizar a transição entre a rampa e os pisos planos, garantindo maior segurança e preservação dos veículos.

Esses cuidados simples tornam a rampa de garagem mais acessível e funcional, atendendo a uma variedade de modelos de automóveis sem comprometer a experiência do usuário.

Ficou com dúvidas? Então, aproveite e confira o vídeo do nosso canal Obra é Compromisso em que Tatiana Farias, engenheira embaixadora da Obramax, dá dicas sobre o cálculo de rampa:

Conclusão

Ao longo deste conteúdo, explicamos por que o cálculo de rampa é uma etapa indispensável em projetos arquitetônicos e de engenharia.

Como vimos, essa estrutura garante a funcionalidade, a segurança e a acessibilidade dos espaços. Seja para atender às normas de acessibilidade, como a NBR 9050, ou para cumprir exigências específicas, é essencial que o projeto seja cuidadosamente planejado e dimensionado.

Ao considerar fatores como inclinação adequada, largura, materiais utilizados e elementos complementares, como corrimãos e áreas de descanso, é possível desenvolver rampas que não apenas vencem barreiras físicas, mas também promovem a inclusão e o conforto de todos os usuários.

Portanto, projetar uma rampa não se resume a um simples cálculo, mas envolve uma abordagem integrada que une técnica, funcionalidade e responsabilidade social. Um planejamento bem-executado é a base para construir espaços mais acessíveis e seguros, contribuindo para a qualidade de vida e a mobilidade universal.

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Autor

  • Douglas Ferreira

    Com sólida formação e histórico de sucesso na área comercial, orientada por resultados, atuou em empresas de Comércio Exterior, Indústria Moveleira, Matéria Prima e Insumos para Indústria de Móveis e Home center. Atualmente, é gerente de produtos na seção de Materiais Básicos na Obramax.

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