Pesquisa inédita: Brasileiro realiza reformas de até R$5.000,00 para mudar cômodos da casa

Reformas e construção

Planejamento, falta de contrato e negociação de preço dos serviços são alguns dos principais desafios da reforma, diz estudo.

Aumentar o conforto, mudar a decoração ou apenas ampliar o ambiente. De acordo com uma pesquisa inédita realizada pela Obramax, esses são alguns dos principais motivos que levam os brasileiros a investirem na reforma.

O estudo realizado com clientes finais, mestres de obras e engenheiros dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro mostra um panorama do cenário da construção e reforma no Brasil. Além disso, ele revela informações surpreendentes para consumidores e profissionais do setor.

Brasileiro e o hábito reformar

Trocar o piso da cozinha, mudar a iluminação da sala ou simplesmente construir um novo cômodo são apenas alguns exemplos de reformas comuns nos lares brasileiros. O investimento neste tipo de obra, que normalmente já está incluída na lista de sonhos das famílias do país, aumentou ainda mais após a pandemia.

Afinal, depois de passar tanto tempo em casa, os brasileiros decidiram investir em reformas e aumentar o conforto e a decoração de suas residências. Este é um dos motivos que explicam os resultados da pesquisa da Obramax.

Segundo o estudo, 73,4% dos brasileiros compram materiais de construção para reformar. Em contrapartida, apenas 27% das pessoas buscam materiais mais pesados, utilizados para etapas estruturais básicas da construção.

Outro fator que pode influenciar nesses números é a crença comum de que construir é mais caro do que reformar. Porém, segundo a arquiteta Pauline Moraes, nem sempre isso é verdade.

A decisão de construir ou reformar depende da avaliação de vários pontos”, afirma a arquiteta. Segundo a especialista, um dos fatores que devem pesar na escolha entre a reforma e a construção é o tamanho da interferência que a pessoa pretende fazer no seu imóvel.

“Dependendo do nível de comprometimento da sua obra, isso pode se tornar uma reforma extremamente onerosa. Nesse caso, não vale a pena reformar o imóvel”, explica Pauline.

Infográfico de reformas e construção

infográfico da pesquisa da Obramax sobre a relação do brasileiro com reformas residenciais

Reforma de casas está em alta

O brasileiro gosta de reformar, mas não costuma investir em mudanças em qualquer imóvel. Segundo a pesquisa da Obramax, 65% da população busca materiais de construção para reformar casas, enquanto 31% pretendem reformar apartamentos.

Um dos fatores que explicam esses números é o grande número de pessoas que moram de aluguel. Nessa condição, as pessoas geralmente questionam se vale a pena investir na reforma de um imóvel alugado.

Para a arquiteta Rafa Brasileiro, é possível investir em reformas pequenas e até removíveis para transformar um apartamento alugado num espaço mais agradável e acolhedor. “Existem intervenções que são mais leves, que são mais baratas e que, algumas delas, você pode levar com você”, explica a arquiteta.

Investir em pintura de paredes, instalação de luminárias e itens de decoração, por exemplo, são algumas soluções simples que podem ser utilizadas em qualquer reforma.

Outros fatores que explicam por que as casas são mais reformadas do que os apartamentos estão relacionados a limitações dos edifícios e burocracia. De acordo com a NBR 16.280/2015, a reforma de um apartamento só pode ser realizada mediante a apresentação de um laudo técnico e de um plano de reforma para o síndico do prédio.

Além disso, é necessário seguir as orientações do condomínio para a realização de obras e obter autorização para fazer mudanças estruturais, já que certas mudanças no projeto original podem comprometer a integridade do edifício.

Nesse contexto, muitos preferem investir em pequenos reparos e alterações superficiais em apartamentos. Por outro lado, quem mora em casa própria ou alugada não precisa lidar com tantos desafios para reformar a residência.

As pequenas reformas fazem sucesso

Quando se fala em reforma, muita gente pensa em obras que envolvem demolição e mudanças completas de cômodos. Porém, a pesquisa da Obramax mostrou que esse não é o tipo de reforma preferido dos brasileiros. Segundo o estudo, 36% dos entrevistados investem em pequenas reformas e 16% em obras que envolvem a repaginação do cômodo.

Por outro lado, apenas 9% dos respondentes investem na reforma completa ou demolição do imóvel e outros 5% fazem reformas estruturais. Esses números podem estar relacionados com o valor da reforma. Reparos pequenos e mudanças simples geralmente são mais baratas e rápidas de serem concluídas.

Por isso, a pesquisa da Obramax também revelou que as tintas estão entre os materiais mais comprados para a realização de reformas. Segundo a arquiteta Rafa Brasileiro, renovar a pintura é a forma mais fácil de mudar o ambiente e o processo ainda pode ser feito pelo próprio morador, desde que a intervenção seja pequena.

“Pintura é algo barato, dá um charme e muda a cara da sua casa, do seu apartamento e dá uma nova perspectiva ao morador. Vai parecer que você mora em outro lugar”, afirma a arquiteta.

Além das tintas, os materiais elétricos são os produtos mais comprados para reformar, indicando que o brasileiro também tem a tendência de reformar as instalações em casos de problemas ou até mesmo para evitar que surjam.

Sala e cozinha são os cômodos mais reformados

A pesquisa da Obramax revelou que os cômodos mais frequentados da casa também são os mais reformados. Dentre os entrevistados, 20% afirmaram investir em reformas na sala e na cozinha. Projetos de reforma para criação de sala e cozinha integrada, por exemplo, estão em alta.

Além de aumentar o conforto e o dinamismo desses ambientes, essa integração também permite o melhor aproveitamento dos cômodos, criando uma sensação de amplitude que valoriza o imóvel.

Por outro lado, 12% dos respondentes preferem investir na reforma do banheiro e apenas 7,3% na reforma dos quartos. Isso mostra que as pessoas tendem a priorizar a reforma de espaços mais utilizados para recepcionar as visitas e para compartilhar momentos com a família, como a sala e a cozinha.

Reformas de até R$ 5 mil são mais comuns

Um dos grandes desafios de quem deseja fazer uma reforma em casa é o preço. De acordo com a pesquisa da Obramax, os valores da reforma realmente podem alcançar até R$ 50.000,00.

No entanto, o estudo também mostrou que a maioria dos brasileiros investe entre R$1000 e R$ 5.000 neste tipo de obra. Como explicado anteriormente, esse número pode estar relacionado ao fato de que as pessoas ainda preferem fazer pequenas reformas, que são mais simples e baratas.

construtor Josias Rodrigues explica que o custo da obra depende de fatores como o tempo de sua duração, quantos profissionais trabalharão nela e os gastos necessários para a execução. “Se eu não colocar os custos neste cálculo, o cálculo será errado. São despesas para chegar ao local, além de que não sobraria o esperado se precisar comprar ferramentas”, conta ao explicar o orçamento de uma obra que durou três meses e ele contou com dois profissionais para executá-la.

Outro fator que pode contribuir para essa faixa de preço é que os brasileiros criaram o hábito de buscar alternativas para economizar na reforma. Por isso, canais do YouTube com dicas do tipo “faça você mesmo” e ideias sobre obras e decoração se popularizaram nos últimos anos.

Para a arquiteta Patricia Pomerantzeff, fundadora do escritório Doma Arquitetura, a internet foi um divisor de águas na sua carreira. Com mais de um milhão de inscritos, ela se tornou a dona do maior canal de arquitetura do país, onde compartilha seu dia a dia na obra, as mudanças nas reformas, dicas de construção e ainda tira dúvidas dos seus seguidores apaixonados por reforma e decoração.

Existem muitos motivos para reformar

Aumentar o conforto e tornar o ambiente mais agradável são os principais motivos que levam o brasileiro a começar uma reforma. Segundo a pesquisa da Obramax, 44% dos entrevistados decidiram reformar seus imóveis apenas para deixar seus lares mais confortáveis.

De acordo com a arquiteta Rafa Brasileiro, esse número pode estar refletindo as mudanças comportamentais proporcionadas pelo isolamento social durante a pandemia, na qual as pessoas perceberam a importância de uma casa mais agradável e confortável para o bem-estar das famílias.

“A gente percebeu que a grande maioria das pessoas que vivem bem, que vivem em espaços agradáveis, passaram por esse momento de pandemia com muito mais tranquilidade”, afirma a arquiteta.

A busca por conforto supera até mesmo a necessidade de reformas somente para mudar a decoração e a energia dos ambientes, explicação que motivou 23,1% dos entrevistados.

Já a necessidade de ampliação de espaço é o principal objetivo da reforma de 11% dos lares brasileiros, reforçando que as pessoas realmente preferem fazer intervenções pequenas nos seus imóveis.

Principais preocupações das reformas

Embora reformar um imóvel seja o sonho de muitos brasileiros e seja uma das principais fontes de renda para diversos profissionais da construção, a pesquisa da Obramax também revela que investir nesse tipo de obra também exige a superação de vários desafios. Confira os principais deles abaixo:

Confiança no profissional

Encontrar especialistas nem sempre é uma tarefa fácil. Para 59% dos entrevistados, a confiança no trabalho dos profissionais é uma das principais preocupações para o cumprimento desse planejamento.

Cobrança por hora ou serviço

Outro fator que é motivo de preocupações é o valor cobrado pelo serviço. Para 17% dos respondentes, o orçamento é um dos principais pontos analisados. Além disso, 46% dos entrevistados, que incluem profissionais e consumidores, revelaram que têm dificuldade para negociar a hora cobrada pelo serviço.

Segundo o engenheiro André Mafra, este desafio pode ser resolvido entendendo o que será oferecido pelo profissional. “A primeira pergunta a se fazer é se ele fornecerá apenas a mão de obra ou a solução completa. Ou seja, entrega tudo do projeto, seja o trabalho e até o material que será usado”, explica.

Para ajudar na precificação, Mafra recomenda que o profissional estime o salário mensal desejado e os gastos fixos necessários para o trabalho – sejam eles transporte e até salários de assistentes. E, é claro, calcule o tempo necessário para a execução da obra. Com estes fatores, é possível saber quanto cobrar por hora do serviço e incluir a margem de lucro.

“É possível até achar valores mais caros, o que depende da qualidade técnica do profissional e o custo operacional”, explica. Para Mafra, fica a critério do cliente escolher se prioriza opções mais completas disponíveis. “O ideal é procurar sempre o meio termo e o que convencer você e tecnicamente passar mais segurança”, aconselha.

Cumprimento dos prazos

Além de enfrentar desafios antes de começar a obra, os brasileiros também enfrentam desafios durante a execução da reforma. Para 36% dos entrevistados, problemas no cumprimento de prazos são os principais motivos que os preocupam no planejamento.

Além disso, 22% dos respondentes prezam pela qualidade do serviço prestado pelos profissionais e outros 16% tem como preocupação os custos. Esses dados mostram a importância de contratar profissionais qualificados e com boas referências para fazer o serviço.

Para evitar esses problemas, uma boa solução é contratar uma empresa, como uma construtora, por exemplo, para que ela seja responsável pela condução da obra.

O ideal é que essa empresa tenha boas referências, apresente um bom portfólio e que consiga manter uma comunicação com seu cliente, facilitando a negociação entre as duas partes.

Negociação sem contrato

Outro desafio enfrentado na execução de reformas é a criação de um contrato de prestação de serviços. Apenas 39,4% dos entrevistados afirmaram fechar contratos e alinhar expectativas com os profissionais que serão responsáveis pela obra antes do início da reforma.

Por outro lado, quase 61% dos entrevistados nunca fizeram um contrato para obra, nem sabiam que poderiam firmar um contrato com o prestador de serviços antes de iniciar a obra.

De acordo com o advogado Adriano Gonçalves, é fundamental firmar um contrato com o pedreiro, mestre de obra, construtora ou empreiteira antes de iniciar qualquer construção ou reforma.

“O contrato é essencial para você analisar a obra que será feita, o material que vai ser comprado, a pessoa que vai ser contratada, como ocorrerá o pagamento e quanto tempo vai durar a obra”, explica o advogado.

Vale lembrar que nem toda reforma precisa do apoio de um arquiteto ou engenheiro. Porém, mesmo negociando apenas com o pedreiro, é importante criar um contrato e manter uma boa comunicação entre as duas partes – contratante e contratado.

Autor

  • Marco Lima

    Jornalista com ampla experiência em Marketing Digital com foco em conteúdo para web. Atua desde 2021 na produção de artigos para o blog da Obramax em conjunto com especialistas técnicos no segmento da Construção Civil.