
Em uma obra, a atenção aos detalhes é o que diferencia um serviço comum de um trabalho de excelência. Cada escolha feita impacta diretamente na durabilidade, estética e funcionalidade do projeto. Entender o que é soleira, por exemplo, e sua aplicação correta é essencial para garantir um bom resultado.
A soleira é um desses detalhes que, apesar de discretos, têm papel técnico e estético fundamental. Instalada geralmente no chão, entre ambientes com diferentes revestimentos ou níveis, ela vai promover a transição adequada entre os espaços.
Ignorar a importância desse elemento pode gerar falhas no desempenho da obra, além de outros transtornos. Porém, quando bem escolhida e corretamente aplicada, valoriza o ambiente e reforça a qualidade do projeto arquitetônico.
Neste artigo, vamos explicar em detalhes o que é soleira, quais são os tipos disponíveis no mercado e como utilizá-la da melhor forma em diferentes obras. Continue a leitura e descubra como um detalhe tão simples pode fazer toda a diferença no resultado final.
O que é soleira e para que serve?
A soleira é uma peça de pedra instalada no piso das portas ou, em alguns casos, na janela também. Apresenta um formato retangular, e normalmente tem a mesma largura que o batente.
De maneira geral, este elemento quando instalado na porta tem como função destacar a divisão entre diferentes cômodos.
Outra funcionalidade bacana é marcar o desnível entre ambientes, o que proporciona um acabamento elegante, facilita a limpeza e a passagem das pessoas no local.
Por via de regra, ela precisa ser alinhada ao piso de nível mais alto e ter o acabamento polido voltado para o ambiente com o piso de nível mais baixo. Além disso, vale destacar que essa peça também pode ser usada em janelas, sendo mais conhecida como peitoril.
Saiba mais: 8 Melhores Marcas de Porcelanato para um acabamento perfeito
Quais os tipos de soleira?
Existem diversos modelos disponíveis no mercado, cada um com características específicas que atendem às exigências técnicas e estéticas de diferentes ambientes. Abaixo estão os principais tipos:
Granito
Uma das mais populares na construção civil. É resistente, durável e ideal para áreas internas e externas.
Possui baixa absorção de água, sendo ótima para ambientes úmidos como banheiros, cozinhas e áreas de serviço. Disponível em várias cores, como preto São Gabriel, cinza andorinha e bege Itaúnas.
Mármore
Mais sofisticada e indicada para ambientes internos, especialmente residenciais. Embora seja elegante, o mármore é mais poroso que o granito e, por isso, menos resistente à umidade e a produtos de limpeza agressivos. É muito usado em lavabos, halls e corredores.
Porcelanato
Oferece acabamento moderno, com ampla variedade de cores e texturas que imitam pedra, madeira ou cimento. O porcelanato é uma ótima opção para projetos que exigem continuidade visual entre os pisos. Ideal para ambientes internos e para quem busca harmonia estética.
Confira: Como assentar porcelanato: o passo a passo completo
Madeira
Utilizada em ambientes com piso de madeira ou laminado. Garante uma transição mais natural entre cômodos e mantém o padrão visual do piso. Exige cuidados com umidade e limpeza, sendo mais indicada para áreas secas.
Metálica (perfil de alumínio ou aço inox)
Muito usada em ambientes comerciais ou industriais, esse tipo oferece durabilidade, fácil instalação e acabamento discreto. Também é comum em portas de vidro ou divisórias internas.
PVC ou vinílica
Indicada para obras rápidas ou soluções econômicas. Ideal para pisos vinílicos ou laminados, com encaixe fácil. Não é indicada para áreas com alta umidade ou tráfego intenso.
Pastilha
Se a sua intenção é destacar o piso, as opções de pastilha são uma ótima escolha. Contudo, é importante tomar cuidado com os outros elementos decorativos no espaço, para manter a harmonia da decoração.
Caso o cômodo já tenha pastilhas nos revestimentos, uma dica é apostar em cores próximas para um resultado mais eficiente.
Quais os materiais necessários para a aplicação da soleira?
É fundamental contar com os materiais adequados na hora de aplicar. Eles variam um pouco conforme o tipo escolhido, mas de modo geral é indispensável ter em mãos:
- Soleira: a peça deve estar cortada sob medida, com acabamento adequado.
- Argamassa colante: preferencialmente do tipo AC-II ou AC-III, dependendo da área (interna ou externa) e do tipo de revestimento.
- Rejunte: utilizado para vedar as bordas da peça após a instalação. O tipo de rejunte pode ser à base de cimento ou epóxi, conforme a necessidade do ambiente.
- Massa niveladora ou contrapiso (opcional): em casos de desnível acentuado, pode ser necessário preparar previamente a base onde será a instalação.
- Silicone ou selante PU: utilizado para vedação entre soleira e batente, parede ou outros acabamentos, especialmente em portas de entrada e áreas úmidas.
- Desempenadeira dentada: para aplicação uniforme da argamassa.
- Espátula de borracha ou metálica: para aplicação do rejunte.
- Nível de bolha ou laser: fundamental para garantir o nivelamento e o alinhamento com os revestimentos adjacentes.
- Martelo de borracha: para ajustar a peça sem danificar o material.
- Cortador de piso ou serra mármore: em casos onde seja necessário ajustar o tamanho no local.
- Trena e lápis para marcação: para medições precisas antes da instalação.
- Pano limpo e esponja úmida: para remoção de resíduos de argamassa ou rejunte.
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Onde aplicar a soleira?
Saber onde aplicar é essencial para aproveitar ao máximo os seus benefícios, tanto em áreas internas quanto externas da construção. A seguir, veja os principais locais indicados para o uso e como ela funciona em cada situação.
- Desníveis: se na casa ou escritório há degraus ou desníveis no ambiente, o elemento é uma boa forma de fazer essa marcação. Nesse caso, vale a pena escolher cores que se destaquem em relação ao revestimento.
- Divisões de ambientes: outra oportunidade de apostar nessa peça é na hora de dividir os cômodos. Aqui, ela marca o início e o final do espaço e pode ser usada inclusive em ambientes integrados.
- Entradas: por fim, as soleiras são ideais para portas de entrada, uma vez que valoriza o acabamento e confere um visual mais elegante para o revestimento.
É importante destacar que esse elemento não é indicado quando o revestimento dos cômodos, como quartos, corredores e salas, for o mesmo. Isso porque ao colocar essa peça, você passa uma sensação de que o espaço é menor. Portanto, essa é uma dica ainda mais importante para ambientes compactos.
Como instalar soleira corretamente?
Para cumprir a função estética e funcional na obra, é fundamental que a instalação da peça seja feita com precisão. Um erro de nivelamento ou o uso incorreto de materiais pode comprometer a durabilidade do revestimento e gerar problemas como acúmulo de água, desníveis e até trincas.
A seguir, veja o passo a passo e os cuidados essenciais durante a aplicação.
- Passo 1: fixe a fita crepe nas bordas da soleira para marcar com precisão os pontos onde os cortes deverão ser feitos.
- Passo 2: faça as medições do espaço em que a pedra será instalada.
- Passo 3: marque o meio da pedra com fita e com a ajuda de um esquadro, faça as marcações de acordo com as medidas.
- Passo 4: coloque seus EPIs para realizar o corte.
- Passo 5: com a serra mármore, corte a pedra na posição vertical e com o cabo na sua direção.
- Passo 6: teste o encaixe antes da instalação.
- Passo 7: aplique a argamassa colante no local de instalação com o auxílio de uma desempenadeira dentada, garantindo uma base uniforme e firme para a fixação.
- Passo 8: posicione a peça cuidadosamente sobre a argamassa, começando pelo centro e ajustando as extremidades. Utilize um nível de bolha para verificar o nível correto.
- Passo 9: com um martelo de borracha, faça leves batidas na superfície para garantir o assentamento completo e evitar espaços ocos.
- Passo 10: aguarde o tempo de cura da argamassa conforme as instruções do fabricante (geralmente entre 12 e 24 horas), evitando qualquer tipo de tráfego ou pressão sobre a peça.
- Passo 11: após a cura, aplique o rejunte entre a soleira e os revestimentos laterais, utilizando uma espátula de borracha para vedar bem as juntas e evitar infiltrações.
- Passo 12: finalize removendo o excesso de rejunte com uma esponja úmida, retire a fita crepe e limpe a superfície com um pano macio para garantir um acabamento limpo e profissional.
Diferença entre soleira, rodapé e batente
Na hora de finalizar uma obra ou reforma, é comum surgirem dúvidas sobre os elementos que compõem o acabamento entre pisos, paredes e portas. Entre os mais utilizados estão a soleira, o rodapé e o batente — cada um com funções bem definidas.
A soleira, como vimos, é uma peça geralmente instalada no piso, e sua função principal é delimitar espaços, corrigir pequenos desníveis e evitar que a água ou sujeira se desloque de um cômodo para outro.
O rodapé é um elemento instalado na base das paredes, em contato com o piso, e tem a função de protegê-las contra impactos, respingos de água e sujeira. Além disso, confere um acabamento mais sofisticado e limpo ao ambiente.
O batente, por sua vez, é uma peça estrutural que envolve o vão da porta. Ele serve como suporte para a instalação da própria porta, e garante o correto encaixe da folha, das dobradiças e da fechadura. Também ajuda na vedação entre os cômodos.
O que substitui a soleira?
É possível substituir essa solução por alternativas mais discretas ou modernas, como os perfis de transição, ideais para unir pisos diferentes com acabamento limpo e nivelado.
Outra alternativa é o nivelamento contínuo do piso, mantendo o mesmo revestimento entre os ambientes, o que favorece projetos integrados e com acessibilidade. Em casos de desníveis, o rebaixo no contrapiso permite igualar alturas sem a necessidade da peça.
Já em pisos monolíticos, como cimento queimado ou porcelanato de grande formato, muitas vezes a transição pode ser feita sem divisão visível, criando um visual uniforme e contemporâneo.
Porém, é essencial considerar aspectos técnicos como dilatação, estanqueidade e funcionalidade ao optar por essas soluções.
Dicas para escolher a soleira ideal
No mercado, é possível encontrar diversos modelos, desde opções mais acessíveis, até peças mais personalizadas.
Diante dessas possibilidades, você deve levar em consideração alguns fatores, como aspecto estético e orçamento disponível. Em termos visuais, é importante entender o objetivo ao usar essa solução. Por exemplo, você deseja um design mais próximo ao revestimento ou que contraste com ele?
Na maioria das vezes, a intenção deste item é evidenciar a divisão dos cômodos, portanto, a escolha mais natural é por soleiras que contrastam com o piso. Contudo, isso não é uma regra.
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Local de colocação
O principal local de instalação é a porta, mas ela também pode ser aproveitada em janelas.
Então, você deve definir em quais esquadrias usará essa peça e em quantos cômodos, para assim, descobrir quais materiais serão necessários para a realização do acabamento.
Veja: Confira 12 tipos de janelas e como escolher
Cor
Não existe uma regra sobre qual deve ser a tonalidade dessa peça. De maneira geral, cada escolha terá um efeito sobre o ambiente, portanto, você deve decidir se quer combinar ou não com a cor do piso.
Pode parecer um detalhe que não faz diferença, mas saiba que essa questão muda a percepção do ambiente. Se a sua intenção é dar mais amplitude para o local, por exemplo, a soleira deve passar despercebida. Logo, a orientação é aproveitar uma peça com uma coloração próxima ou igual ao piso.
Em contrapartida, se o foco é dividir bem cada ambiente ou marcar desníveis de degraus, a melhor opção são as que contrastam em relação ao piso.
Para ambos os casos, a dica é combinar a paleta de cores da peça com o revestimento.
Ao longo desse conteúdo, você aprendeu o que é soleira e como aplicar esse acabamento em seus projetos. Vimos que trata-se de uma peça fácil de trabalhar e instalar, mas é essencial se atentar no momento de comprar a sua para garantir um item que corresponda às suas necessidades, tanto estética quanto funcional.
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