O anteprojeto é um termo muito conhecido na arquitetura, afinal, ele é primordial para o desenvolvimento de uma série de projetos.
Após o desenvolvimento da maquete 3D ou croqui no projeto arquitetônico, é necessário aprofundá-lo para que ele seja executado com maior precisão e nesse contexto o anteprojeto ganha destaque, justamente por detalhar as plantas de cada ambientação, o tipo de iluminação, a marcenaria, os revestimentos, paletas de cores e muito mais.
Além disso, é nessa fase que o arquiteto distribui os fluxos de abertura, localização de maquinários, áreas molhadas, etc.
Se você quer entender mais sobre o anteprojeto, continue a leitura pois explicamos como elaborar e tudo o que precisa ter neste documento. Confira!
O que é um anteprojeto?
O anteprojeto consiste em estudos preliminares e concepções gerais, onde se definem as principais características do empreendimento, como a localização, o programa de necessidades, as soluções técnicas, os custos estimados e os prazos. O objetivo é fornecer uma visão clara e objetiva do que será o projeto final, permitindo a análise de viabilidade e a tomada de decisões.
Ou seja, se no estudo preliminar foi definido que determinado elemento terá tom verde, no anteprojeto ocorre a especificação do código, marca, local de compra e às vezes até mesmo o preço estimado deste material no mercado. E esse raciocínio se estende para todos os itens inclusos na proposta.
No anteprojeto também é a hora de estabelecer os desenhos mais técnicos, como plantas, cortes e fachadas (falamos mais sobre isso na sequência), e de explicar mais detalhes sobre os pormenores do projeto para o cliente.
Em resumo, é no anteprojeto que são feitas as especificações de materiais, revestimentos e acabamentos que vão compor o espaço e também são criadas materiais para uma visualização mais completa do projeto para aprovação final. Assim como uma estimativa de custos e prazos aproximados para cada serviço na obra.
Importância do anteprojeto na arquitetura
Como vimos acima, a importância do anteprojeto consiste em dois principais pontos: 1) detalhamento do projeto e 2) aproximação entre o arquiteto responsável e o cliente. Em outras palavras, nessa etapa é preciso fazer escolhas mais específicas relativas ao espaço, incluindo aspectos estéticos que são escolhas estritamente pessoais por parte do cliente.
Dessa forma, durante a execução do anteprojeto são realizadas visitas em lojas e análise de uma série de materiais, como tecidos, revestimentos, marcenaria, perfis metálicos, vidros e muitos outros que variam de acordo com o projeto.
Vale destacar que dependendo do contrato estipulado e da modalidade de serviço escolhida, o arquiteto pode ou não estar acompanhado do cliente nessas pesquisas.
Outro ponto que merece destaque é que com a evolução digital, a visualização do anteprojeto se transformou ao longo dos anos, proporcionando uma experiência mais genuína para o cliente. Então, o processo pode ser mostrado de variadas formas: por meio de imagens realistas, conceituais e vídeos em 360º.
Como elaborar
A elaboração do anteprojeto é baseada principalmente no conceito do espaço, por isso, a primeira dica é manter isso em mente o tempo todo durante a sua execução.
Depois da realização do layout, o arquiteto deve traçar os detalhes do espaço, levando em consideração as medidas anotadas na fase do levantamento arquitetônico.
É importante destacar que nessa fase tanto o profissional quanto o cliente já sabem como o espaço será preenchido, porém, ainda não possuem a definição exata dos modelos e características das geometrias que estão preenchendo o espaço no layout. E isso é justamente o trunfo do anteprojeto, pois ele consegue dimensionar esses aspectos.
Sendo assim, o arquiteto consegue utilizar recursos de representação gráfica para planejar cada ponto do projeto minuciosamente, levantando informações técnicas relevantes, como o material usado no espaço, exata dimensão, cor, tamanho, numeração, fornecedor, etc.
Informação importante: esses dados podem ser definitivos ou provisórios, afinal, qualquer tipo de projeto está sujeito a alterações.
Atualmente há uma vasta gama de tipos de apresentações de projetos e formas para encantar o cliente, mas é fundamental prezar por um material de fácil compreensão e capaz de evidenciar todas as nuances do projeto.
Se for um projeto de interiores, por exemplo, além da beleza, é importante destacar a funcionalidade de todos os elementos e mostrar como o projeto atende à rotina do cliente.
Independentemente do tipo de apresentação a ser realizada, é imprescindível que o arquiteto siga todos os padrões de linguagem arquitetônica e as normas da ABNT, inclusive na etapa do anteprojeto. Ou seja, textos, cotas, simbologias, legendas e carimbo devem ser adicionados nos desenhos do projeto.
O que deve conter um anteprojeto?
O anteprojeto exige uma série de de documentações que serão explicadas detalhadamente abaixo, desde as plantas necessárias e outros itens que não podem faltar, confira:
- Planta baixa: desenho técnico da construção a partir de um corte horizontal a 1,50 m do piso, que exibe o layout dos cômodos, suas medidas, acessos e outros detalhes importantes do projeto.
- Planta de cobertura: representa o telhado e a parte superior da construção, detalhando elementos como chaminés, calhas e reservatórios, além de acessórios como beiral e cumeeira.
- Planta de localização: fornece uma visão mais ampla do terreno, incluindo a delimitação com ruas e elementos ao redor, como áreas de lazer e muros.
- Planta de situação: mostra a relação da obra com o entorno do lote, incluindo informações sobre construções vizinhas, demolições, restrições legais e medidas do terreno.
- Corte: desenho que exibe uma visão seccionada do imóvel (longitudinal ou transversal), ilustrando a altura dos elementos e detalhes estruturais que não aparecem na planta baixa, como escadas, portas e janelas.
- Fachada: representa a vista externa da obra, mostrando a aparência final, com destaque para detalhes visuais como revestimentos, portas, janelas e o telhado.
Vamos entender melhor cada um desses tópicos?
1. Planta baixa
A planta baixa é o desenho técnico de uma construção que é feita a partir de um corte horizontal imaginário à altura de 1,50 do piso.
É justamente com esse desenho que a visualização do projeto inicia, por isso demanda muita atenção do profissional na hora de aplicar corretamente as informações anotadas nas etapas anteriores do projeto.
Com a planta baixa será possível identificar o número de cômodos, as medidas dos ambientes, quantidade e tipos de acessos (esquadrias e corredores), entre outras informações relevantes da obra.
2. Planta de cobertura
Já a planta de cobertura representa a parte superior da construção (telhado). Nesse caso, o arquiteto deve desenhar todos os elementos presentes nessa estrutura, como chaminés, calhas, canalizações, volumes de reservatórios, etc.
É interessante também detalhar no anteprojeto como alguns acessórios comuns de coberturas serão incluídos, como o beiral, a cumeeira e o espigão.
3. Planta de localização
A planta de localização permite uma visão mais ampla da obra e o que está ao seu redor. Aqui, o profissional precisa delimitar o terreno com as ruas, além de incluir outros elementos que podem fazer parte, como área de lazer, muros, etc.
4. Planta de situação
Assim como o desenho anterior, a planta de situação traz uma visão superior do imóvel, porém, a sua finalidade é demonstrar a relação da obra com o entorno do lote. Dessa forma, ela levanta informações como construções existentes no local, demolições futuras, restrições governamentais, cotas gerais lineares e angulares do terreno.
5. Corte
Além das plantas, existem 2 outros documentos que são obrigatórios no anteprojeto: trata-se das vistas do desenho arquitetônico, que podem ser longitudinais ou transversais.
Basicamente, as plantas de corte conferem uma visão melhor dos cômodos e da altura dos elementos estruturais, sendo excelentes para ilustrar a profundidade dos ambientes.
Nessa planta também é possível representar detalhes que não aparecem na planta baixa, como andares, distribuição de escadas e as portas e janelas.
Por fim, a quantidade exigida de plantas de corte depende do tamanho do imóvel e do nível de detalhamento indicado para a execução do projeto.
6. Fachada
Já a planta de fachada, como o próprio nome indica, é a representação da vista externa da obra, também conhecida como planta de elevação.
Nesse desenho, é importante mostrar a posição do acesso principal, o número de frentes que o lote possui e todas as exigências da Prefeitura para a validação do projeto.
A planta de fachada desperta muito interesse do cliente, uma vez que mostra como o imovél será visto pelas pessoas. Portanto, o arquiteto deve caprichar nos detalhes da representação dos revestimentos, portas, janelas, telhados, etc.
Dica de conteúdo: Memorial descritivo: o que é, como fazer e principais tipos
Conclusão
Ao longo deste conteúdo explicamos melhor o que é o anteprojeto e por que ele é tão importante em projetos arquitetônicos.
Como vimos, trata-se de um recurso para ilustrar diversos aspectos técnicos e estéticos do imóvel a ser construído, como disposição dos cômodos, tamanho, materiais a ser utilizado e muito mais.
Ficou interessado em aprender mais? Temos vários conteúdos do tipo aqui no Blog da Obramax, não deixe de conferir.
Para finalizar, aproveite a nossa loja de material de construção para comprar os melhores produtos para a sua reforma!