Disjuntor e fusível: qual a diferença e como escolher o melhor?

Mão mexendo com quadro de disjuntor e fusível.
Tempo de leitura: 4 minutos

Disjuntor e fusível são dispositivos de proteção elétrica usados para interromper a corrente em caso de sobrecarga ou curto-circuito. O disjuntor pode ser rearmado manualmente após o disparo, enquanto o fusível precisa ser substituído, pois se rompe ao atingir seu limite de corrente.

Já parou para pensar na importância dos dispositivos de proteção elétrica em uma instalação? Peças como disjuntor e fusível são essenciais para evitar curtos-circuitos, sobrecargas e, em casos mais graves, até incêndios. 

Mas, apesar de cumprirem funções semelhantes, eles têm diferenças importantes que influenciam diretamente na segurança, no desempenho e na manutenção do circuito elétrico.

Neste artigo, explicamos com mais detalhes como funcionam cada um deles. Entenda as diferenças, vantagens e desvantagens e quando utilizá-los da maneira correta. Continue a leitura!

O que é um disjuntor e como funciona?

O disjuntor é um dispositivo de segurança reutilizável que interrompe automaticamente o fornecimento de energia elétrica ao detectar sobrecargas ou curtos circuitos. 

Presente em instalações residenciais, comerciais e industriais, contribui para a proteção dos sistemas elétricos, melhora o desempenho da rede e preserva seus componentes.

Seu funcionamento se assemelha ao de um interruptor automático: ao identificar que a corrente excedeu o limite permitido, ele desarma e interrompe o fluxo de eletricidade no circuito comprometido.

Após a correção da falha, pode ser reativado manualmente, restabelecendo o funcionamento da rede.

O que é um fusível e como funciona?

O fusível é um dispositivo de proteção de uso único, composto por um filamento metálico que se rompe quando a corrente elétrica ultrapassa um limite pré-estabelecido. Esse rompimento interrompe o fluxo de energia, evitando danos aos equipamentos e reduzindo o risco de incêndio.

Após sua atuação, é necessário substituí-lo, o que pode ser um desafio em locais de difícil acesso ou em situações que exigem a retomada rápida do fornecimento elétrico.

Qual a diferença entre disjuntor e fusível?

O disjuntor desliga automaticamente o circuito em caso de sobrecarga ou curto-circuito e pode ser reutilizado após o acionamento.

O fusível queima quando a corrente excede o limite e precisa ser substituído, pois é descartável. Ambos protegem a rede elétrica, mas funcionam de formas distintas.

A principal diferença dessas duas soluções está na forma como cada um reage à sobrecarga:

  • Reutilização: o disjuntor pode ser rearmado após atuar, o fusível deve ser substituído.
  • Precisão: os disjuntores modernos oferecem maior precisão e ajustes conforme o tipo de carga.
  • Velocidade de atuação: fusíveis, em geral, atuam mais rapidamente em casos de curto-circuito.
  • Manutenção: disjuntores exigem menos manutenção, enquanto os fusíveis precisam ser trocados toda vez que atuam.

Quais os tipos de disjuntores e fusíveis?

Cada tipo de disjuntor e cada tipo de fusível apresenta características próprias e é indicado para diferentes situações, dependendo do nível de proteção exigido, do ambiente onde será utilizado e da carga envolvida. A seguir, conheça os principais modelos:

Disjuntor

  • Termomagnético: combina proteção contra sobrecargas. O sistema térmico detecta o aumento de temperatura, enquanto o magnético interrompe o circuito em caso de curto.
  • Diferencial Residual (DR): protege contra choques elétricos, identificando falhas de aterramento. Quando há diferença entre a corrente que entra e sai, desarma, prevenindo acidentes.
  • Minutero: atua rapidamente em casos de curto-circuito, desarmando quase imediatamente quando a corrente ultrapassa valores elevados.
  • Curva lenta: ideal para circuitos com cargas que possuem picos de corrente, como motores. Permite esses picos temporários, mas interrompe após sobrecarga prolongada.
  • Curva Rápida: usado com equipamentos sensíveis, como eletrônicos. Desarma rapidamente em caso de sobrecarga.

Fusíveis

  • Cartucho: usado em baixa corrente, como em painéis de distribuição domésticos. Quando ocorre uma sobrecarga, o fio de metal dentro do fusível se funde, interrompendo o circuito.
  • Tipo Lâmina: comum em automóveis. Quando a corrente excede o limite, a lâmina se aquece e quebra, cortando a passagem.
  • Vidro: usado em circuitos eletrônicos. O elemento de fusão, um fio, se rompe quando ocorre sobrecarga.
  • Alta tensão: projetado para sistemas industriais de alta tensão, protege contra curtos-circuitos e sobrecargas com maior capacidade de interrupção.

Quando utilizar disjuntor ou fusível em sua instalação?

Em instalações modernas, os disjuntores são a escolha mais comum devido à sua praticidade e ao nível de proteção que oferecem, sendo indicados para residências, comércios e escritórios.

Os fusíveis, por sua vez, seguem presentes em contextos industriais específicos, especialmente quando se exige resposta imediata a sobrecargas ou em estruturas mais antigas.

Em quadros elétricos atuais, recomenda-se instalar disjuntores termomagnéticos e DR, que contribuem tanto para a preservação dos equipamentos quanto para a proteção dos usuários.

Vantagens e desvantagens de disjuntores e fusíveis

Abaixo, destacamos os principais pontos positivos e negativos de cada dispositivo para auxiliar na sua escolha.

Disjuntores

 

Vantagens:

  • Reutilizável;
  • Mais prático;
  • Maior precisão;
  • Segurança elevada;
  • Durabilidade.

Desvantagens:

Fusíveis

Vantagens:

  • Resposta muito rápida
  • Custo acessível: em geral, têm preço mais baixo.
  • Simplicidade construtiva: são menos sujeitos a falhas mecânicas.

Desvantagens:

  • Uso único;
  • Risco de troca inadequada;
  • Menor versatilidade;
  • Diagnóstico menos prático: em alguns modelos, pode ser mais difícil identificar rapidamente qual queimou.

Como instalar disjuntores e fusíveis?

O ideal é contar com a orientação e execução de um eletricista qualificado, porém entender o processo e os conceitos básicos ajuda tanto profissionais quanto proprietários de uma obra.

Instalação de disjuntores

Essas peças devem ser instaladas no quadro de distribuição, conforme o projeto da instalação e respeitando as normas da NBR 5410, que rege as instalações elétricas de baixa tensão no Brasil. Conheça o passo a passo básico:

  • Desligue a energia geral antes de qualquer intervenção;
  • Escolha o modelo correto, conforme a corrente do circuito (em amperes) e o tipo de curva (B, C ou D), conforme o tipo de carga;
  • Fixe a peça no trilho DIN do quadro;
  • Conecte os cabos de entrada (fase) e saída (carga) nos bornes. Utilize conectores adequados e siga o dimensionamento dos condutores.
  • Aperte bem os parafusos, para garantir um bom contato elétrico e evitar superaquecimento;
  • Reative a energia e teste os circuitos individualmente, observando se há funcionamento normal e se ele não desarma indevidamente.

Instalação de fusíveis

Esse tipo de instalação pode variar conforme o modelo, mas o procedimento costuma seguir os mesmos princípios aplicados aos disjuntores. A principal diferença é que o suporte da peça deve estar previamente fixado no circuito. Veja a seguir as etapas recomendadas:

  • Desligue a energia geral;
  • Verifique o tipo e suporte compatível;
  • Instale em local apropriado do quadro ou do painel elétrico;
  • Conecte os cabos nos terminais de entrada e saída, de acordo com o esquema;
  • Insira o fusível no suporte, observando a posição correta e o encaixe firme;
  • Ligue novamente a energia e verifique o funcionamento.

Então, entendeu as características de disjuntor e fusível? Como vimos, ambos têm aplicações e particularidades. Avalie com calma as necessidades da sua instalação, e conte sempre com orientação especializada e produtos de qualidade.

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Autor

  • Victor Fruges

    Com uma trajetória profissional abrangente nas áreas financeira, logística e comercial, Victor Fruges consolidou sua expertise na gestão de portfólio de produtos, análise de rentabilidade e mix, lançamento de novos itens, merchandising e varejo. Seu trabalho envolve desde a gestão do ponto de venda até a elaboração de campanhas de incentivo, segmentação de clientes e análise de mercado para apoiar estrategicamente a equipe comercial.Na Schneider Electric, foi responsável pelo desenvolvimento e gestão das linhas de Wiring Devices (interruptores e tomadas) para o mercado brasileiro, conduzindo a concepção e expansão da oferta. Além disso, liderou análises de mercado, canais e concorrência, garantindo crescimento sustentável e maximização de resultados. Sua atuação incluiu também a definição de custos e margens, alinhando produtos às necessidades do mercado, bem como treinamentos e suporte estratégico à equipe de vendas.Victor é formado em Engenharia Elétrica pela FEI, possui pós-graduação em Administração de Empresas para Engenheiros e Arquitetos pela FAAP e um MBA em Gestão e Engenharia de Produtos e Serviços pela Escola Politécnica da USP.Atualmente, como Gerente de Produtos da seção de Elétrica na Obramax, ele aplica seu conhecimento técnico e visão estratégica para impulsionar o crescimento da categoria, aprimorar a experiência do cliente e fortalecer a competitividade da empresa no setor.