O dimensionamento de eletrodutos é o processo de determinar o tamanho adequado dos conduítes para acomodar fiações elétricas, garantindo segurança e conformidade com normas técnicas. Leva em consideração fatores como tipo de cabos, quantidade de circuitos, capacidade de corrente e ambiente de instalação.
Os eletrodutos são acessórios importantes em instalações elétricas, já que são responsáveis pela proteção da fiação elétrica do imóvel. Por conta dessa função, é necessário entender como realizar o dimensionamento de eletrodutos para garantir um sistema elétrico seguro e eficiente.
Quando bem calculado, esses acessórios evitam superaquecimento dos cabos, facilita a passagem dos condutores e reduz a necessidade de manutenções futuras. Além disso, seguir as normas técnicas e escolher o material adequado aumenta a proteção contra curtos-circuitos e outros riscos.
Para te auxiliar nesse cálculo e na entrega de um projeto impecável, preparamos várias dicas a respeito deste produto. Continue a leitura e acompanhe as nossas dicas!
O que é eletroduto e para que serve?
Os eletrodutos são materiais usados na proteção mecânica de cabos elétricos em todos os tipos de instalações de baixa tensão. Segundo a NBR 5410, eles são os únicos acessórios permitidos para essa finalidade:
“Portanto, todo e qualquer item que não for apresentado e comercializado como eletroduto não pode ser utilizado para instalações elétricas.”
Dessa forma, eles protegem os condutores elétricos de agentes externos, como colisões e químicos que possam comprometê-los. Além disso, eles também aumentam a segurança para o ambiente externo contra possíveis — que podem ser causados pela falta de isolamento da eletricidade ou durante um curto-circuito.
Outra função que costuma passar despercebida é o seu valor decorativo no ambiente, quando utilizado de forma visível. Esse tipo de decoração, que deixa a parte elétrica aparente, é muito aplicado no visual industrial, tendência cada vez mais presente no mercado e uma solução bastante prática.
Leia também: O que é circuito elétrico? Principais tipos e componentes para uma instalação elétrica eficiente
Tipos de eletroduto
Antes de falarmos sobre dimensões, é importante explicar que há variados tipos que podem ser classificados conforme o material de fabricação e o formato. Em relação ao material usado, eles são encontrados nas seguintes versões:
- Metálicos (magnéticos): a sua composição é feita com uma cobertura de esmalte, galvanização (camada protetora de zinco) ou uma capa externa de plástico. Assim, ajuda a evitar corrosões.
- Isolantes (não magnéticos): fabricados em materiais como PVC, a principal característica é o isolamento térmico, elétrico e à umidade. Também pode ser anti-chamas.
Quando o assunto é o formato, essas soluções são encontradas na versão flexível ou rígida.
Eletrodutos flexíveis
Os eletrodutos flexíveis, ou conduítes, são amplamente utilizados em instalações elétricas. Feitos geralmente de PVC, são ideais para uso em paredes devido à sua flexibilidade, que permite curvaturas durante a instalação.
Embora o manuseio seja mais fácil que o dos rígidos, é importante evitar que sejam achatados, pois isso pode obstruir a passagem da fiação. Além disso, há diferentes modelos dentro dessa categoria:
- Corrugado amarelo;
- Corrugado reforçado (laranja);
- Metálico flexível.
Eletrodutos rígidos
Os modelos rígidos, fabricados em aço galvanizado ou PVC, são visíveis e conferem um estilo industrial ao imóvel.
São ideais para pisos, lajes e superfícies concretadas devido à sua resistência a colisões e também para instalações subterrâneas, em contato com a terra ou concreto.
Embora mais difíceis de manusear, por não serem dobráveis, são indicados para instalações elétricas residenciais e industriais. Existem versões soldáveis, roscáveis e em curva. A versão roscável permite a conexão por rosqueamento, enquanto a soldável usa adesivo. Já a versão em curva se adapta à estrutura da construção.
Outros modelos disponíveis são:
- PVC rígido;
- Zincado.
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Quais normas regulam o dimensionamento de eletrodutos?
Existem diversas regulamentações para o uso de eletrodutos, destacando a importância desse acessório. Três normas principais são:
- NBR 15465 – requisitos de desempenho para sistemas de eletrodutos plásticos para instalações elétricas de baixa tensão;
- NBR 5597 – requisitos para eletroduto de aço-carbono e acessórios, com revestimento protetor e rosca NPT;
- NBR 5598 – requisitos para eletroduto de aço-carbono e acessórios, com revestimento protetor e rosca BSP.
Como fazer o dimensionamento de eletrodutos?
Todo eletricista já se deparou com a dúvida sobre como calcular esse material. De forma geral, quanto mais circuitos e condutores houverem um eletroduto, maior a chance de problemas na instalação, como perdas na condução da corrente devido ao calor gerado.
Para evitar isso, veja abaixo como dimensionar e calcular a taxa de ocupação conforme a NBR 5410.
1. Avaliar a quantidade de circuitos e de cabos
Para dimensionar eletrodutos, é importante saber quantos circuitos e cabos passarão por eles.
Quanto maior o número de cabos, mais calor será gerado, reduzindo a capacidade de condução de corrente elétrica. Nesse caso, a seção dos cabos deve aumentar para compensar essa perda.
A NBR 5410 fornece uma tabela com o fator de correção de acordo com a quantidade de circuitos, sem limitar o número de cabos por duto.
No entanto, o espaço é limitado, então o tamanho dos cabos deve ser considerado: cabos mais finos permitem maior quantidade de circuitos, enquanto os mais grossos reduzem essa quantidade.
2. Determinar a seção dos condutores (bitola dos cabos)
A seção 6.2.6.1.1 na NBR 5410 indica que a seção de condutores de fase, em corrente alternada, e dos condutores vivos de corrente contínua, não pode ser inferior aos valores apresentados na tabela 47 da respectiva norma.
Para condutores e cabos isolados em circuitos de força, a seção mínima é de 2,5 mm² para os condutores de cobre. Por outro lado, em circuitos de sinalização e controle, a seção mínima é de 0,5 mm² para condutores de cobre.
3. Verificar a tabela para dimensionamento de eletrodutos
Em uma instalação elétrica ele deve ter um diâmetro mínimo de 20mm, por exemplo. Para entender melhor, confira a tabela abaixo:
| Tabela de condutores por eletroduto | |||||||||
| Seção do condutor mm² | Número de condutores no mesmo eletroduto | ||||||||
| 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | |
| Diâmetro mínimo do eletroduto em polegadas | |||||||||
| 1,5mm² | 1/2 | 1/2 | 1/2 | 1/2 | 3/4 | 3/4 | 3/4 | 1 | 1 |
| 2,5mm² | 1/2 | 1/2 | 1/2 | 3/4 | 3/4 | 1 | 1 | 1 | 1.1/4 |
| 4mm² | 1/2 | 3/4 | 3/4 | 3/4 | 1 | 1 | 1.1/4 | 1.1/4 | 1.1/4 |
| 6mm² | 1/2 | 3/4 | 1 | 1 | 1.1/4 | 1.1/4 | 1.1/4 | 1.1/4 | 1.1/2 |
| 10mm² | 1/2 | 1 | 1.1/4 | 1.1/4 | 1.1/2 | 1.1/2 | 2 | 2 | 2 |
| 16mm² | 3/4 | 1.1/4 | 1.1/4 | 1.1/2 | 2 | 2 | 2 | 2 | 2.1/2 |
| 25mm² | 3/4 | 1.1/4 | 1.1/2 | 1.1/2 | 2 | 2 | 2.1/2 | 2.1/2 | 2.1/2 |
A tabela é uma boa forma para se orientar na hora de dimensionar. Nela, a partir da quantidade de condutores e a seção nominal do maior condutor, determina-se o tamanho nominal.
4. Cuidado com a taxa de ocupação
O último ponto de atenção é ter cuidado com a taxa de ocupação. A NBR 5410 fixa o espaço máximo que pode ser ocupado:
- 53% no caso de um condutor;
- 31% no caso de dois condutores;
- 40% no caso de três ou mais condutores.
Em outras palavras, considerando a área total, a indicação é que os condutores não tenham mais de 40% de ocupação no acessório.
Informação importante: a bitola dos condutores e cabos, assim como o número de condutores instalado no eletroduto devem obedecer às especificações do projeto elétrico.
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Como calcular o tamanho de um eletroduto?
Para calcular a metragem necessária, siga algumas etapas que vão ajudar a entender melhor a necessidade do projeto.
Identifique o percurso da fiação
Analise o trajeto desde o quadro de distribuição até os pontos de tomada, interruptores e equipamentos elétricos. Considere desvios, curvas e mudanças de nível.
Meça o comprimento total do caminho
Use uma trena ou planta do projeto para medir a distância entre os pontos de conexão. Se houver curvas ou obstáculos, some a metragem extra para compensar.
Considere as curvas e conexões
Para cada curva de 90°, acrescente 10% a 15% da metragem. Para cada conduíte ou caixa de passagem, acrescente 5 cm a 10 cm de folga.
Soma das metragens
A fórmula básica para estimar a metragem total é:
Ltotal = Lreto + (Lcurvas×1,1) + (Lconexões×1,05)
Onde:
- Lreto = soma das partes retas (medida direta).
- Lcurvas = soma das curvas multiplicada por 1,1 (10% de acréscimo).
- Lconexões = soma das conexões multiplicada por 1,05 (5% de acréscimo).
Exemplo prático:
Imagine que você precisa passar um eletroduto de 10 metros em linha reta, com 3 curvas de 90° e 2 caixas de passagem.
- Linha reta: 10 metros
- Curvas: 3 x 10% = 30% de acréscimo (3 metros a mais)
- Caixas de passagem: 2 x 5% = 10% de acréscimo (1 metro a mais)
Total estimado:
10 + 3 + 1 = 14 metros
Compre um pouco a mais
Para evitar imprevistos, compre 5% a 10% a mais do que o cálculo total. No exemplo acima, o ideal seria comprar 15 metros para garantir segurança na instalação.
Quais são os erros comuns no dimensionamento de eletrodutos e como evitá-los?
Alguns erros são comuns na hora de dimensionar o cálculo do produto. É preciso ter muita atenção, pois eles podem comprometer a segurança e a eficiência da instalação elétrica.
- Escolher um eletroduto com diâmetro inadequado: pode dificultar a passagem dos cabos e levar ao superaquecimento. Para evitar esse problema, é essencial seguir a NBR 5410 e considerar a bitola dos condutores e a ocupação máxima permitida.
- Ignorar a taxa de ocupação do eletroduto: este erro pode sobrecarregar a instalação. A norma recomenda é que ele ocupe no máximo 53% de sua área interna com um único cabo, 31% com dois cabos e 40% com três ou mais condutores.
- Não considerar o número de curvas no percurso: muitas curvas dificultam a passagem dos fios e aumentam a resistência mecânica. O ideal é minimizar a quantidade de curvas e instalar caixas de passagem sempre que houver mais de três curvas de 90°.
- Dimensionamento incorreto da metragem do eletroduto: pode resultar em compras insuficientes e emendas desnecessárias. Para evitar esse problema, é recomendável calcular o percurso com antecedência, considerando as dicas sobre tamanho dadas acima.
- Material inadequado: escolher o material errado também pode comprometer a durabilidade. O PVC rígido é ideal para áreas internas, mas em locais externos ou enterrados, é mais seguro utilizar o aço galvanizado ou PEAD.
- Não prever futuras ampliações: para evitar problemas, recomenda-se optar por eletrodutos com pelo menos 25% de capacidade extra, garantindo que a instalação possa ser ampliada sem a necessidade de substituição total da infraestrutura.
- Falta de ventilação: isso pode ser um problema quando há inúmeros cabos. Para minimizar os riscos, é recomendável distribuir a fiação em mais de um eletroduto ou utilizar diâmetros maiores para facilitar a dissipação térmica.
Como a escolha do material do eletroduto afeta o dimensionamento?
A escolha do material do eletroduto impacta diretamente o dimensionamento do sistema elétrico devido às suas propriedades físicas e à maneira como interagem com a instalação.
Cada material possui características como resistência mecânica, condutividade térmica e durabilidade que influenciam o espaço necessário para a proteção dos cabos.
Os de PVC, por exemplo, são mais leves e fáceis de manusear, permitindo dimensões menores, mas exigem cuidado quanto à resistência ao impacto. Já os de aço, mais robustos, demandam maior espaço, mas garantem proteção superior contra danos físicos e interferências externas.
Além disso, materiais como alumínio ou aço galvanizado têm comportamentos diferentes em relação ao aquecimento, o que pode alterar a necessidade de dissipação térmica, influenciando o tamanho do tubo e a escolha de cabos mais adequados.
Neste conteúdo, você aprendeu a dimensionar eletrodutos para garantir uma instalação elétrica segura e eficiente. Use as dicas para entregar um imóvel de qualidade ao cliente. Se quiser aprender mais, confira outros artigos no Blog da Obramax.
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