
Na hora de construir ou reformar, o acabamento do telhado tem papel fundamental tanto na estética quanto na funcionalidade da edificação. Um elemento que ganha destaque nesse contexto é a platibanda, uma solução bastante comum em projetos modernos e comerciais.
Quando imaginamos a casa dos nossos sonhos ou projetamos uma obra com personalidade, cada detalhe faz diferença. E, nesse contexto, a forma como o telhado se apresenta pode transformar totalmente a fachada.
A platibanda é um desses elementos que, à primeira vista, pode passar despercebido, mas tem o poder de dar identidade e sofisticação a qualquer construção. Muito além de esconder o telhado, carrega uma função estética e funcional que conversa com a arquitetura contemporânea e o desejo de linhas mais limpas e modernas.
Mas você sabe exatamente o que é a platibanda, para que serve e como utilizá-la corretamente? Neste artigo, vamos explicar tudo o que você precisa saber. Entenda os tipos existentes, como fazer e os cuidados importantes na execução. Continue a leitura e descubra se essa é a melhor opção para o seu projeto!
O que é platibanda na construção civil?
A platibanda é um prolongamento da parede externa acima da laje ou cobertura, formando uma espécie de mureta que esconde o telhado. Ela é muito usada em construções com telhado embutido, especialmente em obras com estilo moderno ou linhas retas.
Para que serve a platibanda?
Além de proporcionar um visual mais limpo e contemporâneo à fachada, é um elemento que ajuda a proteger a edificação contra ações do tempo. Veja as principais funções:
- Ocultar o telhado e os elementos da cobertura, como calhas, condutores e rufos;
- Proteger a fachada e as paredes externas contra a ação direta da chuva e do sol;
- Contribuir para a segurança da edificação, ao criar uma barreira extra contraventos fortes e possíveis quedas de materiais do telhado;
- Possibilitar o uso de telhados embutidos, que permitem manutenção mais discreta e organização de instalações técnicas (como dutos e painéis solares).
Qual a diferença entre platibanda e beiral?
Muitas vezes, ao planejar a platibanda é comum surgir dúvidas em relação a ela e o beiral, outra estrutura comum em projetos arquitetônicos.
A principal diferença está no acabamento do telhado:
- Beiral: é a projeção do telhado para além das paredes externas, funcionando como uma cobertura protetora;
- Platibanda: esconde o telhado embutido e não possui projeção. Em vez disso, cria um visual reto e limpo na fachada.
Ou seja, enquanto o beiral expõe a estrutura do telhado, a platibanda oculta e valoriza um design mais minimalista.
Quais os tipos de platibanda existentes?
De modo geral, ela é construída com o mesmo material das paredes externas do imóvel. No Brasil, é comum que as casas sejam feitas em alvenaria, utilizando tijolos, blocos cerâmicos ou blocos de concreto.
Você também encontra construções utilizando modelos metálicos, ou seja, que possuem sua estrutura e revestimento feitos em metal. Esse tipo é mais usado em prédios comerciais.
Há também a utilização de elementos pré-moldados, como as placas cimentícias, que se integram ao restante da vedação. Já em relação ao acabamento, ele pode ser feito com diversos materiais, como tinta, textura, cerâmica, pedras naturais, metais, etc.
Quais os elementos complementares da platibanda (rufos, calhas, etc.)?
Para prevenir patologias construtivas, é fundamental incluir elementos que protejam contra infiltrações e vazamentos durante a execução dessa solução.
A parte superior da estrutura deve receber um acabamento chamado coroamento ou pingadeira. Já na união com o telhado, no sentido do caimento, é necessário instalar os rufos. Por fim, nos pontos baixos, são posicionadas as calhas para captação da água da chuva.
Veja também: Calha: conheça os tipos e como instalar corretamente (Guia)
O coroamento na parte superior cumpre duas funções: proteger a estrutura e agregar valor estético. Ele deve ser feito com uma leve inclinação voltada para o telhado, evitando infiltrações e manchas provocadas pelo escoamento da água na parede.
Já os rufos têm a função de proteger a junção entre a parede e o telhado, no sentido do fluxo da água, impedindo que infiltrações e vazamentos atinjam a laje.
Em relação às calhas, é importante que elas sejam fabricadas sob medida e se o seu dimensionamento for incorreto, o escoamento da água pode ser comprometido e desencadear uma série de problemas relacionados a umidade e mofo.
Informação importante: nas lajes dos terraços é preciso haver uma impermeabilização que deve se estender do contrapiso até parte da platibanda.
Além dos elementos mencionados, é importante falar sobre as telhas. Como esse modelo construtivo oculta a cobertura, não há necessidade de optar por telhas com foco estético. Por isso, as mais comuns nesse tipo de estrutura são as telhas metálicas ou de fibrocimento.
Qual a altura mínima de uma platibanda?
A altura mínima recomendada é de 80 cm, já que a estrutura precisa estar em proporção com a inclinação do telhado. Por exemplo, com uma inclinação de 10% e um telhado de 5 metros de largura, a queda seria de 50 cm. Assim, a platibanda deve ultrapassar essa medida, garantindo uma altura mínima de 80 cm.
É importante ressaltar que tanto a definição da altura quanto a execução da estrutura acontecem no início da obra, junto com as vigas, pilares e paredes principais.
Qual tipo de telha é mais indicado para esse modelo de cobertura?
O tipo de telha usado neste elemento deve ser escolhido com muita atenção, pois cada modelo exige uma inclinação diferente.
Vale lembrar que a telha tem um papel essencial no projeto, pois é responsável por proteger a laje tanto do calor intenso do sol quanto da água da chuva.
Os principais tipos de telhas usados são:
- Telha de fibrocimento;
- Telha cerâmica;
- Telha de polipropileno;
- Telha de concreto;
- Telha metálica;
- Telha de vidro.
A escolha ideal varia de acordo com as especificidades da obra, orçamento disponível e preferências pessoais do cliente.
Como fazer uma platibanda passo a passo?
O processo pode variar conforme o tipo de cobertura e o material utilizado, mas o conceito básico se mantém. A seguir, veja um passo a passo simplificado para a execução correta:
1. Planejamento e dimensionamento
Tudo começa no projeto. Ela deve ser desenhada ainda na fase de concepção da obra, considerando:
- A inclinação e altura do telhado;
- A altura mínima necessária para ocultar a cobertura (geralmente de 40 cm a 1 metro);
- A presença de calhas e condutores pluviais;
Questões estéticas e de ventilação, quando necessário.
Atenção: é importante que ela seja incluída nas plantas arquitetônicas e nos cálculos estruturais, garantindo segurança e desempenho.
2. Construção da mureta (elevação)
Com o planejamento em mãos, é hora de levantar a estrutura, que geralmente é feita em alvenaria (blocos cerâmicos ou de concreto), mas também pode ser metálica ou em painéis leves, dependendo do projeto.
A mureta é construída sobre a laje ou estrutura da cobertura. As amarrações e travamentos devem seguir as normas técnicas, e o alinhamento e a altura precisam estar sempre de acordo com o projeto arquitetônico.
3. Instalação das calhas e condutores pluviais
Como a platibanda bloqueia o escoamento natural da água da chuva, é fundamental instalar um sistema de drenagem eficiente.
Calhas internas devem ser posicionadas na base do telhado, recolhendo toda a água que desce pelas águas da cobertura. É essencial prever uma queda mínima de 2%, para garantir que o escoamento seja correto.
Não esqueça de incluir os condutores verticais, tubos que levam a água da calha até o solo ou sistema de captação pluvial.
4. Colocação de rufos e arremates metálicos
Os rufos são indispensáveis para evitar infiltrações entre o telhado e as paredes da platibanda. Os principais pontos de atenção nesse quesito são:
- Instale rufos laterais e frontais entre ela e o telhado;
- Use chapas galvanizadas, alumínio ou outros materiais resistentes;
- Garanta sobreposição correta e vedação com selantes apropriados.
5. Impermeabilização da platibanda
Essa etapa é crucial para a durabilidade da estrutura. A impermeabilização evita que a umidade da chuva penetre pela alvenaria, gerando infiltrações e mofo nas paredes internas da edificação.
Use produtos específicos, como mantas asfálticas, argamassas poliméricas ou membranas líquidas impermeabilizantes. Aplique nos pontos de contato entre o telhado, a laje e a platibanda.
Importante: reforce cantos e quinas, que são mais suscetíveis à umidade.
6. Acabamento e revestimento externo
Com a estrutura pronta e impermeabilizada, é hora de dar o acabamento. Siga as dicas abaixo:
- Aplique reboco, textura ou revestimento cerâmico, conforme o estilo da fachada;
- Pinte com tinta acrílica externa, que oferece maior resistência às intempéries;
- Faça a revisão final para garantir uniformidade e vedação completa.
7. Testes de escoamento e inspeção final
Antes de considerar a obra finalizada, realize testes para verificar se a água está escoando corretamente pelas calhas e condutores. Observe se não há pontos de acúmulo ou retorno de água, e se todos os rufos e selagens estão firmes e bem fixados.
Essa etapa é importante para evitar retrabalho e garantir a eficiência do sistema pluvial da edificação.
Continue lendo: Como fazer a limpeza de calhas de forma correta
Quais as vantagens e desvantagens de uma platibanda?
Assim como qualquer solução arquitetônica, a platibanda apresenta pontos fortes e limitações que precisam ser analisados com cuidado antes de definir o modelo de cobertura ideal para a obra. Abaixo, listamos os principais benefícios e desafios desse tipo de estrutura.
Como vantagens, temos:
- Estética moderna e elegante: a principal vantagem é o apelo visual. Ela cria fachadas limpas, retas e contemporâneas, muito valorizadas em projetos arquitetônicos modernos, minimalistas e comerciais.
- Ocultação do telhado e instalações técnicas: ao esconder o telhado, calhas, dutos, cabos e até placas solares, contribui para um visual mais organizado e harmonioso. Isso também facilita a criação de áreas técnicas ou de manutenção discretas no topo da construção.
- Proteção contra intempéries: por formar uma barreira vertical ao redor da cobertura, oferece proteção extra contra ventos fortes e respingos de chuva, além de reduzir a incidência direta de sol nas paredes e janelas superiores.
- Flexibilidade de uso: pode ser aplicada em residências, comércios, galpões e até edifícios, sendo compatível com diversos tipos de estrutura (concreto, alvenaria ou metálica) e coberturas leves.
- Facilidade na manutenção interna do telhado: como o telhado embutido costuma ser mais acessível, com passarelas ou áreas técnicas, a manutenção pode ser feita sem o uso de escadas ou andaimes externos, com maior segurança.
Por outro lado, é importante ter em mente as principais desvantagens:
- Custo de execução mais elevado: a construção da mureta, somada à impermeabilização, instalação de rufos e sistema de drenagem, tende a aumentar o custo da cobertura em relação aos telhados convencionais com beiral.
- Maior risco de infiltrações: se o sistema de calhas internas e impermeabilização não for executado corretamente, há maior risco de acúmulo de água e infiltrações, principalmente em dias de chuva intensa.
- Necessidade de projeto bem detalhado: uma platibanda exige planejamento técnico mais rigoroso.
- Menor ventilação natural: por eliminar os beirais, ela pode reduzir a circulação de ar sob a cobertura, o que exige atenção ao conforto térmico da edificação.
É possível usar platibanda em telhados metálicos ou embutidos?
Sim, inclusive é uma das combinações mais comuns. Telhados metálicos embutidos são ideais para platibandas, pois sua inclinação reduzida facilita a ocultação pela mureta. Além disso, a leveza do material evita sobrecarga na estrutura.
A platibanda interfere no escoamento de água da chuva?
Sim. Como ela bloqueia a saída livre da água da chuva, é fundamental instalar um sistema eficiente de drenagem, com calhas internas e condutores adequados, conforme explicamos acima. Caso contrário, há risco de acúmulo de água, infiltrações e até danos à estrutura.
Como vimos, a platibanda é uma excelente solução para quem busca um visual moderno e discreto para a construção, sem abrir mão da funcionalidade. Seja em projetos residenciais, comerciais ou industriais, ela valoriza a fachada, protege a edificação e oferece mais versatilidade ao uso do telhado.
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