O aterramento é um sistema elétrico utilizado para proteger as pessoas, equipamentos e edificações contra descargas elétricas e sobrecargas de energia. Ele funciona como um “escape” seguro para a eletricidade excedente, direcionando-a para o solo de forma controlada.
Em termos simples, o aterramento é uma conexão feita com hastes metálicas enterradas no solo, geralmente próximas aos locais onde a eletricidade é utilizada, como casas, prédios e indústrias.
Por conta disso, para realizar um trabalho elétrico de qualidade, é primordial conhecer os diferentes tipos de aterramento e as suas aplicações.
Em geral, temos 3 principais aterramentos, sendo que alguns deles apresentam também uma pequena variação.
Todos esses sistemas devem seguir normas específicas da ABNT, já que o não cumprimento dessas diretrizes pode colocar em risco a integridade das pessoas no local e a instalação elétrica como um todo.
Ao longo desse conteúdo, falamos sobre o que é aterramento, para que serve, tipos de aterramento, as principais normas, diferença entre aterramento e equipotencialização e muito mais!
O que é aterramento elétrico
Tecnicamente falando, aterramento elétrico significa colocar as instalações e equipamentos no mesmo potencial, para que assim, a diferença de potencial entre a terra e o equipamento seja igual a zero.
Ou seja, os diferentes tipos de aterramento são feitos para que operadores e profissionais consigam operar ou realizar a manutenção de máquinas e equipamentos elétricos de maneira segura, minimizando as chances de descargas elétricas, seja por corrente de fuga ou descarga eletrostática.
De maneira geral, o aterramento elétrico é uma das formas de trabalhar com eletricidade de forma segura, visando a proteção e um funcionamento correto da instalação elétrica.
Para que serve
Entender as aplicações e para que serve o aterramento é imprescindível para executar trabalhos com eletricidade da melhor forma possível.
O objetivo principal do aterramento é fornecer uma rota segura para a dissipação de correntes indesejadas, como descargas atmosféricas, curtos-circuitos e correntes de falta. Ele é projetado para proteger pessoas, equipamentos e estruturas contra danos causados por condições elétricas anormais. Eles também são fundamentais para fazer com que os dispositivos e equipamentos do circuito elétrico tenham um bom desempenho. Além disso, possibilita que os sistemas e dispositivos de proteção funcionem corretamente.
Em resumo, podemos destacar as seguintes funcionalidades:
- Proteção contra cargas elétricas que se manifestam de forma anormal em equipamentos elétricos, conduzindo-as diretamente para a terra;
- Evitar danos mais graves nas instalações quando ocorre um surto elétrico, como descargas atmosféricas;
- Auxiliar no funcionamento dos dispositivos de proteção presentes no circuito elétrico (fusíveis, disjuntores, etc), ou seja, garantir que eles sejam acionados instantaneamente após a falha.
Leia também: Tipos de Disjuntores: quais são e como escolher
Os 7 tipos de aterramento
Toda instalação elétrica residencial exige a instalação do aterramento.
Uma instalação monofásica, por exemplo, conta com três fios: o fase, o neutro e o fio terra. Já em instalações bifásicas, temos dois fios fases e um fio terra.
Como destacamos anteriormente, há 3 principais tipos de aterramento, sendo que alguns deles apresentam variações.
Entenda melhor abaixo:
IT
No esquema de aterramento IT não é feita nenhuma conexão intencional entre o ponto neutro da fonte e a terra. Além disso, as partes condutoras expostas e estranhas à instalação são ligadas ao eletrodo de terra.
Vale destacar que, nesse caso, todo o circuito possui uma impedância de fuga para terra.
Outro detalhe que merece atenção: as massas da instalação são aterradas, checando as seguintes possibilidades:
- Massas aterradas no mesmo eletrodo de aterramento de alimentação, quando existente;
- Massas aterradas em eletrodos de aterramento próprio, seja por não haver eletrodo de aterramento da alimentação, ou porque o eletrodo de aterramento das massas é independente do eletrodo de aterramento da alimentação.
TN
O aterramento TN conta com um ponto de alimentação diretamente aterrado, sendo que as massas são ligadas a esse ponto por meio de condutores de proteção.
Esse esquema apresenta 3 variações de acordo com a disposição do condutor neutro e do condutor de proteção, confira abaixo:
TN-C
Na variação TN-C, as funções de neutro e de proteção são combinadas em um único condutor em toda a instalação.
Por conta disso, embora seja um esquema normalizado, ele não é indicado para todas as instalações, pois o terra e o neutro são constituídos pelo mesmo condutor.
TN-S
O TN-S possui as seguintes especificações: o condutor neutro e condutor de proteção são distintos, sendo que o neutro é aterrado na entrada e levado até a carga. Em paralelo, um outro condutor, PE, é usado como terra, sendo conectado à carcaça dos equipamentos.
TN-C-S
Já no caso do TN-C-S, a função do condutor neutro e de proteção são combinados em um único condutor e em uma parte da instalação.
TT
No esquema TT, temos um ponto de alimentação diretamente aterrado e as massas da instalação são ligadas a um eletrodo de aterramento eletricamente diferente do eletrodo de aterramento da fonte.
Em outras palavras, os equipamentos são aterrados com uma haste própria, distinta da utilizada para o neutro.
Temporário
Por fim, é importante destacar o aterramento temporário.
Trata-se de um dispositivo voltado para a proteção de eletricistas durante os trabalhos realizados em redes desenergizadas.
A finalidade do aterramento é curto-circuitar e aterrar a rede de energia elétrica contra uma possível energização acidental.
Informação importante: além de realizar o aterramento temporário, quando o assunto são trabalhos com eletricidade, não se esqueça de investir em todos os equipamentos de proteção individual necessários!
Equipotencialização e Aterramento: qual a diferença?
Quando o assunto é segurança em instalações elétricas, equipotencialização e aterramento são etapas cruciais para essa finalidade. Mas afinal, existe diferença entre esses dois termos?
Como vimos, o aterramento conecta uma parte do sistema elétrico diretamente ao solo para assegurar que, qualquer possível corrente de falta, seja direcionada para a terra e impedindo que as partes metálicas fiquem perigosamente energizadas.
A equipotencialização, por sua vez, também é utilizada para prevenir possíveis choques elétricos. Basicamente, ela conecta partes distintas de um sistema elétrico para garantir que elas tenham o mesmo potencial elétrico. Ou seja, se uma pessoa encostar em duas partes diferentes do sistema, ela não tomará um choque, afinal, não há diferença de potencial entre eles.
Mesmo com finalidades parecidas, é fácil identificar onde os dois processos divergem: enquanto o conceito de aterramento envolve, obrigatoriamente, algum tipo de contato das massas e elementos condutores com a terra, a equipotencialização não envolve diretamente a terra, mas sim colocar todas as massas e elementos no mesmo potencial independentemente de qual é este potencial em relação à terra.
Tipos de aterramento mais usados no Brasil
Os principais tipos de aterramento usados no Brasil são as variações do TN, sendo que o TN-S é considerado uma das opções mais seguras para instalações elétricas.
Contudo, é importante frisar que nem sempre você poderá usar o esquema TN-S. Então, lembre-se de checar as especificidades do projeto para garantir um sistema apropriado e eficiente.
Normas para aterramento
Antes de realizar um aterramento, você deve conhecer profundamente as exigências da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e das Normas Brasileiras Regulamentadoras (NBR).
Afinal, todo profissional dessa área precisa seguir essas diretrizes que estipulam requisitos mínimos de segurança, qualidade e desempenho.
NBR 5410
A norma NBR 5410 lista as condições indicadas para o funcionamento adequado e seguro de instalações elétricas de baixa tensão em áreas industriais, edifícios, comércios, residências, etc.
Para se enquadrar nessa norma, a instalação elétrica deve ter no máximo 1000 volts em tensão alternada, além de 1500 volts em tensão contínua.
Os principais tópicos abordados na NBR 5410 são:
- Proteção contra sobretensões;
- Influências externas na instalação elétrica;
- Proteção contra choques com o uso de isolamentos e dispositivos DR;
- Dimensionamento e condutores condicionados à harmônica;
- Circuito de motores;
- Uso de disjuntores como sistemas de proteção;
- Dimensionamento de eletrocalhas, condutores e eletrodutos;
- Quadros de iluminação, distribuição e tomadas;
- Equipotencialização e compatibilidades eletromagnéticas.
NBR 14039
A NBR 14039 é direcionada para instalações de geração, distribuição e utilização de energia elétrica.
Dessa forma, estabelece um sistema para o projeto e execução de instalações elétricas de média tensão, com tensão nominal de 1,0 kv a 36,2 kv à frequência industrial, visando assim, a segurança e continuidade do serviço.
As suas diretrizes se aplicam para instalações novas, reformas em instalações e também para instalações de caráter permanente ou temporário.
Veja exemplos de locais que tendem a contar com instalações elétricas de média tensão:
- Hipermercados;
- Hospitais;
- Prédios residenciais;
- Indústrias de médio e grande porte;
- Shoppings;
- Terminais Logísticos;
- Grandes Frigoríficos.
Como fazer o aterramento corretamente
Para te ajudar a realizar um aterramento de maneira segura e eficiente, confira o vídeo do nosso canal Obra é Compromisso e siga as nossas dicas!
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Conclusão
Ao longo deste artigo, explicamos melhor os tipos de aterramento e por que eles são tão importantes em instalações elétricas.
Estamos falando de um importante sistema de segurança, que ajuda a manter as pessoas no ambiente seguras e também auxilia na proteção dos mais variados equipamentos alimentados por energia elétrica.
Sem dúvidas, entender o que é aterramento e qual o seu papel na instalação é fundamental para realizar trabalhos com eletricidade.
Aproveite as nossas dicas e realize os seus serviços com ainda mais qualidade.
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