Você já ouviu falar sobre eflorescência? Por nome talvez você não saiba, mas esse termo refere-se às manchas esbranquiçadas que aparecem nas superfícies de paredes ou pisos.
Basicamente, isso ocorre quando a água dissolve sais como hidróxido de cálcio – presente no cimento e na cal. Como os rejuntes, argamassas, tijolos, cerâmica e concreto são materiais porosos, quando a água evapora, esses sais solidificam e reagem com o dióxido de carbono presente no ar, resultando então, na eflorescência.
Se você quer fugir dessa dor de cabeça, acompanhe o conteúdo, pois preparamos um guia completo sobre as causas, como evitar e também como remover as manchas causadas pela eflorescência.
O que é eflorescência
A eflorescência é uma patologia da construção civil que apresenta manchas na superfície de alvenaria, concreto e revestimentos. Em geral as manchas são brancas, porém, também é possível que elas apresentem uma coloração esverdeada, dependendo diretamente do tipo de sal ou fungo que estão misturados com a água.
Para entender melhor, veja abaixo os 5 principais elementos causadores de eflorescência:
O que causa a eflorescência
- Alto teor de sais solúveis nos materiais utilizados: os materiais com alto teor de sais solúveis facilitam o surgimento de manchas. Nesse caso, para evitar o problema, é recomendado usar cimentos do tipo CPIII e CPIV, pois eles apresentam pouco hidróxido de cálcio em sua composição, dificultando assim, o aparecimento da eflorescência.
- Ambiente quente e úmido: a umidade em um ambiente faz com que os vapores de água infiltrem na superfície, solubilizando os sais internos e evaporando junto com eles.Além disso, é importante frisar que a temperatura atua como um catalisador ao fornecer energia em forma de calor, fazendo com que as reações ocorram de forma mais rápida.
- Excesso de água na preparação do concreto ou alvenaria: uma maior quantidade de água em contato com o substrato favorece o transporte dos sais à superfície, formando a eflorescência.
- Fissuras no concreto, rejunte e revestimento: fissuras especialmente no rejunte deixam diversos espaços vazios no revestimento, por onde a água pode passar, reagir, sair e então provocar a mancha esbranquiçada. Sendo assim, é fundamental cobrir qualquer fresta o mais rápido possível.
- Impurezas na areia: se a areia utilizada para preparar o concreto tenha impurezas, a mistura pode não ficar densa o suficiente. Consequentemente, o material fica mais poroso e facilita o transporte dos sais dissolvidos na água.Em geral, quanto mais fechado for o caminho até o revestimento, mais difícil será o surgimento desse fenômeno.
Qual a diferença entre lixiviação e eflorescência?
É normal surgir algumas dúvidas sobre lixiviação e eflorescência, principalmente no que diz respeito às diferenças entre essas duas situações.
De maneira geral, a diferença consiste no fato da lixiviação ser uma parte do processo de surgimento da eflorescência, pois consiste no acúmulo de hidróxido de cálcio na superfície.
Explicando melhor: a lixiviação é o fenômeno de entrada de água no concreto, que dissolve o Ca(OH)2 e Mg(OH)2 presentes no cimento e os traz para a superfície.
Uma vez que chegam à superfície, os hidróxidos de cálcio e magnésio reagem com o CO2 do ar, sofrendo então, a reação de carbonatação que os transformam nos sais. Após a evaporação da água, formam-se as manchas brancas comuns da eflorescência.
Ou seja, a lixiviação torna possível o surgimento das eflorescências.
Além disso, é importante destacar que a lixiviação pode resultar em problemas mais sérios para as peças de concreto, como diminuição da resistência mecânica devido a perda de sólidos no concreto.
Isso também pode abrir caminhos para a entrada de substâncias nocivas às armaduras e ao próprio concreto, resultando em falhas de concretagem, trincas, gretagem, aberturas provocadas pela falta de hidratação no processo de cura, perda de massa, oxidação das ferragens e futuras perdas de propriedades mecânicas.
Em resumo, se evitamos a ocorrência da lixiviação nos concretos, por tabela, também prevenimos o aparecimento da eflorescência. Afinal, sem os hidróxidos na superfície, a reação de carbonatação não é possível e não se formam os sais, que são elementos determinantes para as manchas esbranquiçadas.
Como acabar com a eflorescência?
O diagnóstico de eflorescência em estruturas de concreto demandam uma intervenção ágil e assertiva. Portanto, para te ajudar a lidar com essa situação, preparamos uma lista de ações que devem ser realizadas:
Investigue a causa
Assim como em outros tipos de manifestações patológicas, a primeira ação é identificar e controlar a fonte do problema, que pode ser alguma infiltração ou uma situação mais grave.
Utilize ácidos para remover a eflorescência
Os ácidos são uma boa alternativa para remover a eflorescência, principalmente o sulfâmico e o acético.
Entretanto, reforçamos que é fundamental checar a quantidade e a forma correta de uso para não manchar mais a parede ou piso e não corroer as superfícies.
Após o uso do ácido, você deve lavar o local com água abundante até que todo o excesso do produto seja retirado.
Impermeabilize a área afetada
A principal orientação é realizar a impermeabilização da superfície que está suscetível à eflorescência, ou seja, materiais que apresentam hidróxido de cálcio e magnésio na composição, como argamassas, blocos cerâmicos e de concreto, rejuntes e pisos.
Quando evitamos a passagem de água ou umidade desde o início, interrompe-se todo o processo de formação da patologia.
Como evitar eflorescência
Felizmente, seguindo alguns cuidados durante a reforma ou construção, é possível evitar a manifestação da eflorescência. Veja abaixo:
Utilize materiais adequados e de qualidade
A qualidade dos materiais é primordial para minimizar os riscos de patologias, sendo que a escolha do cimento é decisiva nesse contexto.
Como existem diversas opções com composições diferentes, saiba que o Cimento Pozolânico (CPIV) apresenta menor porosidade e por isso é mais indicado para empreendimentos expostos à água corrente.
Por outro lado, o Cimento de Alto Forno (CPIII) apresenta baixa concentração de hidróxido de cálcio.
Invista em impermeabilização
Outra forma de evitar complicações com eflorescência é realizando a correta impermeabilização do local.
As mantas impermeáveis podem ser rígidas ou flexíveis, e elas bloqueiam ou minimizam o contato da umidade do solo com os revestimentos.
Além disso, também há impermeabilizantes que reduzem a quantidade de absorção de água.
Leia também: Como realizar impermeabilização de telhados
Respeite o tempo de cura e secagem dos materiais
A cura do concreto é a técnica usada para hidratação do concreto, visando reduzir os efeitos da evaporação prematura da água na estrutura concretada.
Em geral, o tempo de cura não apresenta uma regra, mas varia de acordo com diferentes fatores, como condições climáticas, ambientais e o tipo de obra em si.
Informação importante: a norma brasileira indica que a cura do concreto seja feita por pelo menos sete dias, estendendo-se a até 14 dias quando necessário. A temperatura ideal para o processo é acima de 10ºC.
Ressaltamos que o prazo de 14 dias está relacionado mais à utilização de cimentos comuns com endurecimento mais lento.
Realize manutenções periódicas
As manutenções preventivas são essenciais para diminuir as chances de eflorescência em pisos e paredes.
Quando os rejuntes ou revestimentos apresentam fissuras, ou até mesmo quando as juntas de movimentação estão danificadas, torna-se propício o surgimento da patologia e outras manifestações.
Portanto, é importante sempre realizar manutenções, evitando o aparecimento de fissuras e realizando as trocas de acordo com as informações dos fabricantes.
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Conclusão
Ao longo desse conteúdo, explicamos melhor o que é eflorescência e como lidar com a patologia.
Trata-se de uma situação complicada e que merece atenção imediata para evitar mais transtornos. Nesse caso, é indicado o apoio de um profissional especializado para garantir eficiência tanto nas medidas preventivas quanto nas corretivas.
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